quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Como se pode distinguir o bem do mal?
“O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.”
Se as leis universais estão escritas na consciência de cada criatura, mesmo as que se encontram escondidas pelo véu da carne, pelo esforço da criatura passam a povoar a sua mente, deixando as lembranças mais visíveis que se possa pensar.
Deus é bondade, é amor, e não iria deixar Seus filhos sofrerem as conseqüências dos erros sem conhecimento da verdade. Todos os que estão encarnados têm conhecimento do bem e do mal, uns mais, outros menos, mas todos, sem exceção os reconhecem.
Quem estudar a natureza enriquecer-se-á das instruções sobre as leis da vida, porque Deus escreve igualmente Suas leis em toda a criação. A consciência dá logo o reconhecimento do mal que se pratica, pela sensibilidade, porque, em primeiro lugar, o Senhor escreveu nela o bem universal. Se tudo vem de Deus, toda a verdade é disseminada pelo Senhor, toda caridade que se faz vem de Deus; de todo amor, Ele é a fonte.
Por que se exaltar quando se faz o bem?
Pois, todo o que se exaltar será humilhado, e o que se humilha será exaltado. (Lucas, 14:11)
A lei cuida de nos disciplinar, no sentido de que não cresça em nós a vaidade. Não precisamos nos exaltar quando praticamos uma boa ação; isso é o nosso dever e o ambiente da boa ação já é o salário que passa a converter as trevas em luz.
Todas as leis de Deus levam à expressão do bem, e o de boa vontade descobre o que deve ser o bem em todos os seus aspectos. Para tanto, recebemos, pelo progresso, o raciocínio, dom divino que faz o processamento do bem e do mal, entregando à nossa vontade o que a alma deseja fazer. No entanto, ela responde pelo que faz. Os nossos feitos são sementes de luz ou de trevas, e o que plantarmos colheremos. A lei não falha, por ser ela imutável.
Jesus é nosso exemplo maior, pelas curas realizadas e pelo alimento espiritual que distribui à humanidade, sem forçar consciências. A Doutrina Maçônica, como Jesus não combate o mal, no sentido de perder tempo em discussões improfícuas, mas, ganha o tempo vivendo o bem.
Se queres saber qual o caminho do bem, o que fizeres, faze-o às claras. Desde quando escondes os teus feitos, é porque alguma coisa dentro de ti assinala avisos de que não deves fazê-lo.
Quando duvidas se uma ação é boa ou má, isto não passa de irradiação do subconsciente, expedindo sinais para a consciência ativa. Vê, então, se o que vais fazer é duvidoso, se pode prejudicar alguém em teu caminho. Lembra-te de Jesus: não faças aos outros, o que não queres para ti. Se tiveres honestidade, ela te livrará das insinuações do mal.
Pensa no amor ao próximo, que esse mesmo próximo, ainda que inconscientemente, te protegerá, pelas forças do Criador.
Referências
Kardec, Allan - Livro dos Espíritos, Editora Ide – Araras-Sp-2010;
O Livro dos Espíritos Comentado - 2008 - Desenvolvimento, Manutenção e Hospedagem: MakedonosWeb
Rituais do Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçons; GOEMT-Grande Oriente do Estado de Mato Grosso
terça-feira, 24 de agosto de 2010
COMO FALAR COM O G:.A:.D:.U:. ?
Numa época de conhecimentos científicos nulos ou bastante limitados, muitas idéias fantasiosas adquiriram importância, como se fossem verdades, e a partir daí, desenvolveu-se um tipo de relacionamento com Deus baseado no medo, nas trocas de favores, na intermediação por sacerdotes e na realização de rituais.
E apesar do progresso da Ciência desvendar uma realidade diferente, onde muitas crenças religiosas não se enquadram, a maioria dos seres humanos continua com suas antigas crenças, agindo com a mesma noção da divindade dos nossos antepassados: como uma pessoa que devemos agradar para servir aos nossos propósitos, que nos pune de algum modo se efetuamos escolhas ruins, que intervêm em nossos destinos, que diz o que podemos ou não fazer.
Uma diferença fundamental do conceito Maçônico de Deus, com relação a estes outros é que, mesmo limitado pela nossa linguagem e possibilidade de compreensão, ele transmite uma visão totalmente inovadora. Vejamos:
Para a Maçonaria, Deus não é pessoa ou Espírito, como nós; não tem forma nem sentimentos humanos.
Os Espíritos Superiores definem Deus como inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. Esta resposta não explica a natureza íntima de Deus, inacessível para nós, por enquanto, mas possibilita entendê-lO como poder criador do Universo. Seus atributos são qualidades atribuídas a Ele pelos Espíritos, e nos permitem ter uma idéia mais ou menos exata de como atua no Universo.
Ele é eterno (não teve início nem terá fim), imutável (não está sujeito a mudanças), imaterial (difere de tudo que é matéria e não se comporta como um ente material), único, onipotente, justo e bom, sendo que todas as suas qualidades estão num grau máximo.
O conhecimento da existência de Deus não ocorre pela fé cega, mas pela análise, observação e constatação do funcionamento harmonioso da Natureza. Nos processos da Natureza, tudo revela uma força inteligente e uma precisão que só poderiam resultar da criação de uma inteligência superior a qualquer outra que possamos imaginar. O acaso não poderia produzir estes efeitos.
Deus não precisa ser temido, nem existe para nos julgar, nem se entristece com nosso comportamento. Em suas deduções a respeito de Deus, os seres humanos lhe conferiram emoções e atitudes humanas que negam os seus atributos como qualidades máximas. Por ser superiormente sábio e conhecer profundamente o ser humano, não haveria sentido em nos julgar, ou entristecer-se por fazermos coisas próprias de nosso estágio evolutivo. Por ser imutável, não muda sua forma de agir, não nos oferece perigo, por isso não há motivo para se ter medo.
Deus não intervêm diretamente nos acontecimentos, mas age através das leis sábias que regem o Universo. A ação das leis de Deus em toda parte, das interações microscópicas no interior do átomo aos movimentos planetários e ao mais fundo dos seres é, em si mesma, prova de que a criação é perfeita desde o início, não exigindo providências de Deus para ajustar os rumos dos acontecimentos e para fazer prevalecer Sua vontade.
A relação do ser humano com Deus é feita sem intermediários, através da prece (pensamentos e sentimentos). Cada criatura, em qualquer hora ou local em que se encontre, pode elevar-se a Ele. A principal qualidade da prece corresponde ao sentimento que transmite, sem uso de objetos ou palavras especiais.
Por tudo isto...
...é importante observar bem o tipo de “imagens” de Deus estamos possibilitando às nossas mentes.
... caracterizar Deus como pessoa, ou mesmo como Espírito, é criar confusões entre conceitos. Uma alternativa interessante é utilizar de idéias que mostrem Deus como poder criador e mantenedor do Universo, cuja inteligência e amor se manifestam na perfeição das Leis da Natureza.
... também não caberão concepções e falas do tipo: Deus está vendo!... Deus castiga!, e outras, como ameaças diante de condutas indesejáveis.
... dizer que Deus curou, que Deus atendeu a determinado pedido, não corresponde ao modo como Ele atua no Universo.
... sempre que falar de Deus, é importante fazê-lo de forma consciente e madura, sem ingenuidade. Não hesite em contar porque você confia em Deus, de onde surgiu sua fé, e o quanto esta fé é realmente insubstituível em sua vida. Encoraje as pessoas ao seu redor a compartilhar suas vivências.
O reconhecido compositor e músico brasileiro, Gilberto Gil, brinda-nos com as seguintes pérolas nesse sentido:
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Irmãos, é nesse ponto que precisamos nos elevar acima do terra-a-terra da vida, para compreendermos que o bem, muitas vezes, está onde julgamos ver o mal, a sábia previdência onde pensamos divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveremos de avaliar a justiça divina pela nossa? Poderemos supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a nos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutássemos melhor todas as dores que nos advêm, nelas encontraríamos sempre a razão divina, razão regeneradora, e os nossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríamos para o último plano.
Creia, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
É uma horrenda desgraça, afirmamos nós a todo momento, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falamos? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria.
Sabemos qual teria sido a sorte dessa vida, ao nosso parecer tão cheia de esperanças? Quem nos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhamos então das esperanças da vida futura, ao ponto de preferirmos as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supomos então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?
Em vez de nos queixarmos, regozijemo-nos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejarmos que ele aqui continue para sofrer conosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Nós, homens maçons, porém, sabemos que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo.
Paes, saibam que nossos filhos bem-amados estão perto de nós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos nos envolvem, seus pensamentos nos protegem, a lembrança que deles guardamos os transporta de alegria, mas também as nossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.
Nós, que compreendemos a vida espiritual, escutamos as pulsações do nosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirmos a Deus que os abençoe, em nós sentiremos fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentiremos aspirações grandiosas que nos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu.
E o poeta continua:
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Ó homens maçons! reconhecemos o poder do nosso Senhor, G:.A:.D:.U:. senão quando ele nos haja curado as chagas do corpo e coroado de beatitude e ventura os nossos dias? Dar-se-á não reconhecermos o seu amor, senão quando nos tenha adornado o corpo de todas as glórias e lhe haja restituído o brilho e a brancura?
Imitai aquele que nos foi dado para exemplo. Tendo chegado ao último grau da abjeção e da miséria, deitado sobre uma estrumeira, disse ele a Deus: "Senhor, conheci todos os deleites da opulência e me reduzistes à mais absoluta miséria; obrigado, obrigado, meu Deus, por haverdes querido experimentar o vosso servo!"
Até quando os nossos olhares se deterão nos horizontes que a morte limita? Quando, afinal, nossa alma se decidirá a lançar-se para além dos limites de um túmulo?
Haveremos de chorar e sofrer a vida inteira? Que seria isso, a par da eterna glória reservada aos que tenham sofrido a prova com fé, amor e resignação? Busquemos consolações para os nossos males no porvir que Deus nos prepara e procuremos a causa no passado. E nós, que mais sofremos, consideremos-nos os afortunados da Terra.
Como desencarnados, quando pairava-nos no Espaço, escolhemos as nossas provas, julgando-nos bastante fortes para as suportar. Por que agora murmurar? Nós, que pedimos a riqueza e a glória, queríeis sustentar luta com a tentação e vencê-la. Nós, que pedimos para lutar de corpo e espírito contra o mal moral e físico, sabíamos que quanto mais forte fosse a prova, tanto mais gloriosa a vitória e que, se triunfássemos, embora devesse o nosso corpo parar numa estrumeira, dele, ao morrer, se desprenderia uma alma de rutilante alvura e purificada pelo batismo da expiação e do sofrimento.
Que remédio, então, prescrever aos atacados de obsessões cruéis e de cruciantes males? Só um é infalível: a fé, o apelo ao Céu. Se, na maior acerbidade dos nossos sofrimentos, entoarmos hinos ao Senhor, o anjo, à nossa cabeceira, com a mão nos apontará o sinal da salvação e o lugar que um dia ocuparemos...
A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. Não nos perguntemos, portanto, qual o remédio para curar tal úlcera ou tal chaga, para tal tentação ou tal prova. Lembremo-nos de que aquele que crê é forte pelo remédio da fé e que aquele que duvida um instante da sua eficácia é imediatamente punido, porque logo sente as pungitivas angústias da aflição.
O Senhor apôs o seu selo em todos os que nele crêem. O Cristo nos disse que com a fé se transportam montanhas e aquele que sofre e tem a fé por amparo ficará sob a sua égide e não mais sofrerá. Os momentos das mais fortes dores nos serão as primeiras notas alegres da eternidade. Sua alma se desprenderá de tal maneira do corpo, que, enquanto se estorcer em convulsões, ela planará nas regiões celestes, entoando, com os anjos, hinos de reconhecimento e de glória ao Senhor.
Ditosos os que sofrem e choram! Alegres estejam suas almas, porque o G:.A:.D:.U:. as cumulará de bem-aventuranças.
E finaliza o Compositor:
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar
Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.
Diante de tal fato, é incontestável que as classes laboriosas e militantes invejem com tanta ânsia a posição das que parecem favorecidas da fortuna. Neste mundo, por mais que faça, cada um tem a sua parte de labor e de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a Terra é lugar de provas e de expiações.
Assim, pois, os que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado está, por experiência arqui-secular, que só excepcionalmente este globo apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.
Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.
O que consiste felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções. E notem, meus caros Irmãos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela multidão.
Conseguintemente, se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos inerentes à vida humana. Tal a razão por que Deus semeou, no nosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os nossos esforços e as nossas tendências nos farão gravitar um dia, quando nos acharmos suficientemente purificados e aperfeiçoados.
Todavia, não deduzamos das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Não, certamente! Dos progressos já realizados, podemos facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conseguidos, novos e mais fecundos melhoramentos.
Assim, pois, meus queridos Irmãos, que uma santa emulação nos anime e que cada um de nós se despoje do homem velho. Devemos todos consagrar-nos à propagação dessa política Espiritual que já deu começo à nossa própria regeneração, o constante e necessário lapidar da Pedra Bruta.
Corre-nos o dever de fazer que os nossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos Irmãos! Que nesta reunião solene todos os nossos corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações porvindouras um mundo onde já não seja vã a palavra felicidade, e que possamos a todo momento conversar abertamente com o G:.A:.D:.U:. buscando luzes para que isso efetivamente aconteça em nossas vidas.
Referências
Kardec, Allan - Evangelho Segundo o Espiritismo – Editora Ide – Araras-SP- junho/2010;
Lyra, Jorge Buarque – As Vigas Mestras da Maçonaria – Das Academias de Letras de São Paulo, Guanabarina e do Cenáculo Fluminense de História e Letras – Rio de Janeiro-1966;
Gil, Giberto, Se eu quiser falar com Deus (letra de música)- 1980;
Site: Espaço do educador - Rita Foelker - ritafoelker@edicoesgil.com.br; Visita em 24.08.10;
O que vieste aqui fazer?
M:.I:.Valdir Pereira de Castro
O G:.A:.D:.U:. se revela pelas suas obras!
Em toda parte e em todos os tempos, e se lançarmos o olhar em torno de nós mesmos, sobre as obras da natureza, notamos a providência, a sabedoria, a harmonia que consiste em cada canto e recanto do universo.
Quem somos nós? Por que estamos aqui? O que viemos aqui fazer? Quais são as nossas crenças sobre a vida?
Há milhares de anos os Homens Maçons vêm sendo aconselhados a se interiorizar para obter respostas a essas perguntas. Mas o que significa se interiorizar?
Dentro de nós existe um poder capaz de amorosamente nos dirigir para uma saúde perfeita, relacionamentos perfeitos, carreiras profissionais perfeitas e que pode nos trazer prosperidade em todas as áreas. Para possuir isso, nós primeiro temos de acreditar na possibilidade dessa perfeição. Em seguida, devemos dispor dos padrões que criam as condições indesejáveis. Conseguimos isso a partir da interiorização e ligação com o Poder Maior, o G:.A:.D:.U:.
Deus nos criou simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento, porém, nos dotou de recursos a que podemos adquirir pouco a pouco a ciência, conduzindo -nos a perfeição relativa.
Nossas mentes estão sempre ligadas a uma Mente Única e Infinita e, portanto, todo o conhecimento e sabedoria estão disponíveis para nós a qualquer momento.
Somente com suavidade, paciência e calma, conseguimos esculpir o nosso íntimo, realizando a reforma de nossas almas com o objetivo de encontrar felicidade.
Somente com suavidade, paciência e calma, conseguimos esculpir o nosso mundo, realizando sua modificação para melhor.
O martelo que destrói está nas críticas cruéis, nas palavras grosseiras que saem de nossas bocas e ferem a auto-estima das pessoas à nossa volta.
Enquanto a doçura da água está nos conselhos edificantes, na atenção e paciência com que ouvimos a alguém, nas palavras de estímulo, no elogio animador.
O martelo destruidor está no acúmulo da culpa em nosso coração, na auto-exigência desequilibrada, na falta de amor próprio.
A docilidade da água está na compreensão de nossas dificuldades, no auto-perdão, e na disposição constante para corrigir os nossos erros.
Em nossos dias, na análise de nosso comportamento, de nossas ações, lembremos sempre da delicadeza da água moldando as rochas através dos tempos.
Procuremos conquistar a paciência e a tranqüilidade, certos de que são virtudes dinâmicas, que nos fazem seres pacíficos.
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.
A suavidade, a delicadeza, são o amor expresso nas pequenas coisas, nos gestos aparentemente simples, mas que revelam nossa preocupação com o próximo.
O G:.A:.D:.U:. criou leis justas e sabias. Ele deu o suficiente e necessário para nos melhorarmos.
Façamos exercícios de introspecção, passemos a nos conhecer, tomar ciência de nossa personalidade, assim teremos condições de nos avaliarmos melhor.
Somos seres perfectíveis, está inserido em nós a essência divina, porém, pelo esforço próprio, haveremos de obter as conquistas necessárias de qualquer natureza, especialmente as que realmente nos são valiosas tais como: compreensão, tolerância, perdão, pacificação, afabilidade...
Somos espíritos em evolução buscando o conhecimento, cada um agindo de acordo com o grau de entendimento que lhe é próprio, com a consciência propulsora de suas ações, buscando sempre a perfeição.
Se o Homem conhecesse o futuro negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade na construção do mesmo.
É justamente o que construirmos hoje que será a construção do nosso amanhã. Por isso estamos aqui.
Somos os únicos que podem salvar o mundo. Ao nos juntarmos em uma causa comum, encontramos as respostas. Devemos sempre nos lembrar de que existe uma parte de nós que é mais do que nosso corpo, mais do que nossa personalidade, mais do que nossa doenças, mais do que nosso passado. Ela é nosso cerne, o puro espírito. Ele é eterno. Sempre foi e sempre será.
Estamos aqui para amar a nós mesmos e amarmos uns aos outros. Agindo assim, encontraremos respostas que nos curarão e curarão o planeta. Estamos atravessando uma época extraordinária. Tudo está mudando. Talvez nem conheçamos a profundidade dos problemas, mas encontraremos soluções para eles.
Somos espírito. Somos livres. Nós nos ligamos em um nível espiritual e sabemos que esse nível nunca poderá ser tirado de nós. No nível do espírito, somos todos um só. E somos livres. E assim é.
E se alguém lhe indagar: O que vieste aqui fazer?
Referências
JORNAL FRATERNIDADE - EDIÇÂO nº 11 ANO II - SET-OUT/2003;
Louise Hay, O Poder dentro de você; Editora Best Seller – 4ª Edição – Círculo do Livro – São Paulo-SP – 1991;
Momento Espírita (www.momento.com.br) Redação do Momento Espírita, com base em Yomaktub.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Os Ensinos de Jesus e os Princípios Maçônicos
Os Ensinos de Jesus e os Princípios Maçônicos
Jesus Cristo, o Mestre dos Mestres, ensina às pessoas que nas falhas e lágrimas se esculpe a sabedoria; ensina a todos a contemplar as coisas simples e a navegar nas águas da emoção; Ele ensina a não ter medo de viver e a superar os momentos mais difíceis da nossa história; ensina que a vida é o maior espetáculo no teatro da existência; ensina que os fracos julgam e desistem, enquanto os fortes compreendem e têm esperança;
Todas as obras humanas constituem a resultante do pensamento das criaturas. O mal e o bem, o feio e o belo viveram, antes de tudo, na fonte mental que os produziu, nos movimentos incessantes da vida.
O mundo não vai muito bem e nele ainda predomina o mal. Mas para a sua melhora é imprescindível que todos os homens, sem distinção de nascimento, nacionalidade ou religião, façam esforços para se aperfeiçoar.
O Mestre teve sua existência pautada por desafios, perdas, frustrações e sofrimentos de toda ordem. Ele tinha todos os motivos para sofrer de depressão durante sua trajetória de vida, mas não a manifestou; pelo contrário, era alegre e seguro no território da emoção. Tinha também todos os motivos para ter ansiedade, mas não a demonstrou; pelo contrário, era tranqüilo, lúcido e sereno.
Evoluindo espiritualmente, o Maçom aprende a desprezar as ambições puramente materiais que perturbam a paz interior e o fazem insatisfeito, frustrado e infeliz.
O Mestre da Escola da Vida não estava muito preocupado em corrigir os comportamentos exteriores dos mais próximos, mas empenhado em estimulá-los a pensar e a expandir a compreensão dos horizontes da vida.
Nos terrenos sinuosos da existência é que a lucidez e a maturidade emocional são testadas.
Jesus afirmou em várias ocasiões que os Grandes Mistérios, os Grandes Segredos que ele ensinava a uns poucos em reuniões secretas, não podiam ser revelados às multidões, que seriam incapazes de compreendê-los.
Fraternidade
A Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes, crenças religiosas e convicções políticas, com exceção daquelas que privem o homem da liberdade de consciência e exijam submissão incondicional a seus chefes; Em seus Templos aprende-se a amar e a respeitar tudo o que a virtude e a sabedoria consagram; Exige estudo meditado de seus rituais e a prática da solidariedade humana; A Maçonaria, por conseguinte, é uma instituição criada para combater tudo o que atente contra a razão e contra o espírito de fraternidade universal;
Os ensinamentos maçônicos, realizados através de símbolos e de alegorias universais, induzem seus adeptos a dedicarem-se à felicidade a seus semelhantes, não porque a razão e a justiça lhe imponham esse dever, mas porque o sentimento de solidariedade é qualidade inata, que os tornam filhos do Universo e amigos de todos os homens.
Ser Maçom, Ser Cristão
Ser Maçom é ser amante da Virtude, da Sabedoria, da Justiça e da Humanidade; é ser amigo dos pobres e desgraçados, dos que sofrem, dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça; é propor como única norma de conduta o bem de todos e o seu progresso e engrandecimento;
O Mestre provou que suas doutrinas não eram apenas filosóficas, religiosas, morais e éticas, mas que também tinham um valor prático na vida cotidiana.
Ser Maçom é querer a harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano; é derramar por todas as partes os esplendores divinos da instrução; a educar a inteligência para o bem, conceber os mais belos ideais do Direito, da moralidade e do amor; e praticá-los; é levar à prática aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e de todos os séculos, que diz, com infinita ternura aos seres humanos, indistintamente, do alto de uma Cruz e com os braços abertos ao mundo: “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sede todos irmãos!”.
Cristo ensinou aos seus discípulos a natureza das enfermidades, sua causa e a maneira de tratá-las. Explicou-lhes como seria falacioso depender exclusivamente de remédios e plantas, ou recorrer a bruxarias, encantamentos e outras formas de tratamento, quando há um poder divino que pode e deve se exercer através do homem e cuja essência é o poder criativo que Deus usou no começo dos tempos para criar o universo e tudo o que existe acima a abaixo da Terra.
Ser Maçom é esquecer as ofensas que se nos fazem, ser bom, até mesmo para com os nossos adversários e inimigos, não odiar a ninguém, praticar a Virtude constantemente, pagar o mal com o bem; é amar a luz e aborrecer as trevas; ser amigo da ciência e combater a ignorância, render culto à razão e à sabedoria; é praticar a Tolerância, exercer a Caridade, sem distinção de raças, crenças ou opiniões, lutar contra a hipocrisia e o fanatismo;
Todos aqueles que satisfizerem estes requisitos e desejarem cerrar fileiras com os Apóstolos da Liberdade e Sacerdotes do Direito, deverão se comprometer a trabalhar pelo bem estar da Pátria e da Humanidade;
O Homem Maçom que efetivamente burila seu interior, buscando conhecer-se melhor, na corajosa e edificante tarefa de combater o despotismo, as tiranias, os preconceitos, as injustiças, a ignorância e os erros, provendo o triunfo da Verdade, da Liberdade e da Justiça, pugnando pela evolução do ser humano, o bem estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício, acaba por mostrar que a Maçonaria é gentileza em casa; honestidade nos negócios; lealdade no trabalho; cortesia na sociedade; compaixão e inquietação pelos doentes e infelizes; resistência às adversidades; ajuda aos fracos; perdão aos arrependidos; amor ao próximo.
Por “Mistérios do Reino dos Céus”, deve-se entender, portanto, as verdades gloriosas do Evangelho, que somente os mais adiantados discípulos podiam compreender naqueles tempos, ainda que apenas parcialmente. Percebemos, portanto, que esses homens discerniam que a palavra “mistério” refere-se a uma verdade superior.
Para tornar o mundo melhor, não é preciso que todos os seres humanos sejam perfeitos. Basta que cada um faça esforços para se aperfeiçoar, o que implica em querer transmutar seus defeitos enquanto coloca suas qualidades a serviço dos outros. Esse é o ideal ético que move os homens-maçons.
Antônio Padilha de Carvalho, M:.M:. da ARLS Acácia do Rio Abaixo nº 35. Or:. Santo Antônio do Leverger-Mt.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, João Ferreira. Bíblia Sagrada, Novo Testamento – Versão da Imprensa Bíblica Brasileira baseada na Tradução em Português; Portugal:JUERP,1997.
BACELAR, Márcio Leal. Em busca da fraternidade.Editora Mandarino – Riuo de Janeiro-Rj.1976;
CAMINO, Rizzardo. Introdução à Maçonaria: história, filosofia, doutrina, história da maçonaria brasileira; vol.II, Rio de Janeiro: editora aurora,1972.
COCUZZA, Felipe. A Maçonaria na Evolução da Humanidade – Ícone Editora – São Paulo-Sp- 1995;
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo; 324ª edição; Ide Editora – Araras-SP – 2004;
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos; 62ª edição; FEB-Federação Espírita Brasileira – Departamento Editorial – Rio de Janeiro-RJ – 2004;
PORTO, A. Campos. A Igreja Católica e a Maçonaria. A decadência do Catolicismo e a sua luta contra a Maçonaria, o Protestantismo e o Judaísmo; 2ª edição- Editora Espiritualista Ltda – Rio de Janeiro-GB- 1957;
PRADO, Luiz. Ao pé das colunas. Coleção Maçonaria Universal. Rio de Janeiro-Rj-1967;
Sites na Internet;
quinta-feira, 22 de abril de 2010
A LEI INICIÁTICA DO SILÊNCIO E O SEGREDO MAÇÔNICO
Ir:.A:.M:. CHARLLES CABRAL DA SILVA
SANTO ANTONIO DE LEVERGER – MT
ANO DE 2009 DA E:. V:.
Embora o título acima expresse dois objetos distintos, ambos estão intrinsecamente relacionados, como demonstrarei mais adiante.
Entra, novo iniciado, no Templo aberto diante de ti. Compreenderás o significado da estátua de Ísis que medita, um dedo sobre os lábios.” (CRA, pag.341/342).
Jung, Carl Gustav. Memórias, Sonhos, Reflexões. Ed. Nova Fronteira
Baigent, Michael. Os Manuscritos de Jesus. Ed. Nova Fronteira
Aslan, Nicola. Comentários ao Ritual de Aprendiz. Ed. A Trolha
O Ser Humano e suas Limitações
O admirável psiquiatra Austríaco Viktor Frankel, considerado um dos pais da psicologia humanista, após haver estado em vários campos de concentração, de trabalhos forçados e de extermínio, durante quatro anos na segunda guerra mundial, ao retornar à sociedade, fez uma panorâmica dos conflitos que aturdem o ser humano. Analisa Viktor Frankel que o índice de suicídios no campo de Auschwitz era relativamente mínimo, aquelas pessoas que viviam condições sub-humanas, lutavam para sobreviver, haviam perdido praticamente tudo, familiares, bens, a dignidade humana, e apesar disso empenhavam-se em sobreviver aos maus tratos e a hediondez, porque as suas vidas eram portadoras de um sentido.
Ao retornar a Viena e recomeçar a sua clínica de psiquiatria, após haver perdido a mulher, desde a entrada no campo de Auschwitz, Viktor Frankel, procurou dar uma mensagem ao mundo que estivesse carregada de otimismo, de esperança e perguntava-se por que a criatura civilizada, com tantas comodidades científico-tecnológicas, por qualquer motivo procurava desertar da vida, mergulhar no abismo covarde do suicídio.
Quando o paciente chegava-se até sua terapia e lhe falava:
- Doutor por pouco não me matei.
Ele contra-interrogava: - E por que não o fez? A pessoa apresentava um choque e redargüia:
- Porque eu tenho razões para viver! O senhor acha que deveria ter me matado?
- Não, eu não acho nada. Eu apenas desejo saber por que você não atendeu ao impulso covarde da fuga.
- Porque tenho uma mulher um filho... tenho ideal... então, ele realizava a terapêutica partindo da conclusão do próprio paciente. E estabeleceu que nossa vida tem um sentido existencial: a busca da felicidade.
A busca da felicidade eis a meta pela qual nós estamos na Terra. Para entendermos, no entanto o que é felicidade, recorramos a uma breve história da filosofia.
A filosofia nasceu para ensinar à criatura humana a sua própria realidade, as suas ambições, as suas metas, os seus anelos, e para poder explicar as razões da vida os filósofos enterraram-se em interrogações a respeito da morte.
Para que a vida tivesse sentido era necessário decifrar-se o enigma da morte. E as primeiras manifestações filosóficas no Oriente ancestral, é de que a morte é uma porta de entrada para a vida.
Nas obras básicas do pensamento da Índia , no Vedanta, a coleção de obras magistrais. O ser é criado por Brama, e inicia-se a sua trajetória partindo das primeiras manifestações do psiquismo, passando pelos diversos reinos da natureza, até atingir a sua humanidade e mais tarde a angelitude.
No Bhagavad-Gita, ou nos Upanichadas, o mestre, orienta o discípulo. Krishna trabalha a alma de arjuna, para que ele possa identificar as necessidades reais da vida e superar as necessidades secundárias, as aparentes, às quais todos nós damos muito valor.
Transferindo-se da índia, nós iremos beber nos santuários Egípcios a revelação da imortalidade da alma, através dos Hierofantes, graças aos quais, a sabedoria dos Deuses vertia na direção do ser humano, apontando pelas reencarnações, o processo sublime das transformações.
No Tibet, a realidade também da vida e da morte, está assinalada pelo processo da transformação moral, etapa a etapa, a criatura ascende do pleno da consciência até lograr um estado cósmico e sucessivamente.
Ao transferir-se para o ocidente, a Grécia ancestral apresentará uma plêiade de filósofos que estão preocupados em interpretar o sentido da vida, partindo do simples para o composto, enquanto outros partem da matéria para a energia.
Anaxágoras, filósofo pré-socrático, asseverava que o Universo está nas suas partículas e que em cada partícula se encontra o todo, que naturalmente é o resultado da fusão de todas essas partículas. Com justiça, será considerado mais tarde um dos grandes idealistas da física quântica.
E avançando na esteira das observações filosóficas, nós iremos encontrar Epicuro, Lucrécio, Leocipo, Demócrito, que estabelecem ser a vida destituída de significado. Para os três últimos, a vida é o resultado da aglutinação de átomos, que ao se desagregarem reduzem a vida ao caos, ao nada. Asseveravam Leocipo, Lucrécio e Demócrito que a vida é o resultado de três fatores essenciais: Os átomos, os movimentos e o vácuo. Quando eles se aglutinam a vida se manifesta, e quando ocorre qualquer distúrbio, a vida se desarticula, serão os pioneiros do materialismo mecanicista. E ao mesmo tempo aparece no cenário do pensamento Grego: Sócrates, Platão e Aristóteles, que estabelecem ser a vida conseqüência de realidade pré existente e sobrevivente à adjunção molecular.
Para Sócrates e Platão, a vida era constituída do mundo das idéias, esse mundo das idéias é o mundo metafísico, de onde todos viemos e para onde todos retornamos. A vida humana seria constituída de dois elementos: o ser, que é a idéia, o espírito imortal, e o não ser, que é a sombra. Quando a sombra se desestrutura, o corpo, liberta o ser que volta ao eidos, ao mundo das idéias, por isso mesmo preconizavam a reencarnação, a comunicabilidade dos espíritos e a ética moral como sentido da vida.
Logo depois, Aristóteles. discípulo de Platão, por sua vez discípulo de Sócrates, asseverava que existe o terceiro elemento: a intelequia que é o corpo de ligação entre a matéria e o ser. É nesse período que a busca da felicidade estabelece várias escolas do pensamento.
A primeira escola é de Epicuro. O grande filósofo diz que a vida não tinha nenhum sentido. O sentido da vida é o prazer. Que estamos na Terra para gozar, para desfrutar... porque a criatura humana é herdeira de três instintos primários, e esses três instintos primários predominam. A nossa organização emocional, fisiológica e psíquica: comer, dormir e praticar o sexo.
Então Epicuro estabelecia que o sentido da vida é ter, porque aquele que tem, compra, e aquele que compra goza. Seria o nascimento do capitalismo.
Nós vamos ver na proposta Epicurista, também chamada Hedonista, uma proposta também de beleza, porque o Hedonista cultiva o belo, a arte, a manifestação da eloqüência, da retórica, da oratória, da poesia, mas com um sentido de um prazer. Prazer que uma pessoa deve desfrutar até a exaustão dos sentidos. E Epicuro proponha que cada um de nós, reuníssemos o máximo que pudéssemos, tivéssemos além da capacidade de controlar, para que o prazer estivesse sempre presente em nossa vida. E a sua proposta filosófica tomou conta da Grécia magna, lentamente porém, aqueles Epicureus perceberam que o prazer não trazia o sentido pleno para a felicidade, porque o prazer é voraz, ele permanece como uma labareda quando tem combustível, depois apaga-se, e desaparece. Será que a felicidade é ter? como ainda pensam muitas pessoas. Se eu tenho eu compro. Não compra o amor; Não dilui a saudade; Não muda as ocorrências da vida, mas tenho o prazer.
Será que a vida consiste em comer? Para atender o estômago e renovar, essa preservação da maquinaria, constatou-se que comer bem, bem comer e comer muito não dá felicidade, dá indigestão.
Então a felicidade não pode ser essa frustração que vem depois dos acepipes, das mesas lautas, e fartas, então a felicidade é o gozo sexual.
Já naquela época, Epicuro previa esta época. Eis que o sexo saiu do setor genésico e está nas cabeças das pessoas. Vive-se hoje o espetáculo do sexo. Mas será que o sexo dá felicidade? De maneira nenhuma! O sexo dá cansaço, porque depois da comunhão sexual ao Invés da felicidade e daquele êxtase que passou, vem o tédio, a indiferença e não poucas vezes a frustração. E a pessoa atormenta-se por um novo esquema, até atingir as aberrações, quando não descamba para as drogas estimulantes ou pelas drogas aditivas. Será então o sexo a felicidade anelada? E os discípulos de Epicuro constataram que não. Então dormir, aqueles que dormem muito não são felizes, são preguiçosos. Estão sempre com mais sono, porquanto, à medida que se afrouxam as medidas orgânicas na hipnose, mais vontade tem de dormir. Então a felicidade não é ter, porque ter é fenômeno dos sentidos e a felicidade é uma emoção.
Podemos ter gozos de efêmera dilação. A felicidade é um estado interior de plenitude como estabeleceu o apóstolo Paulo: “Na abundância ou na escassez eu sou o mesmo, na saúde ou na doença eu sou o mesmo”. Aqueles Epicuristas são muito gentis quando tudo está favoráveis a eles, quando algo os desagradam, desvelam as suas frustrações e conflitos, tornando-se agressivos quando não profundamente antipáticos.
Se a felicidade não é ter, que será a felicidade?
O outro filósofo, Diógenes, criou uma segunda escola.
A felicidade não é ter, dizia ele. Por que as pessoas que tem são escravas daquilo que tem, e têm medo de perder a posse. Era como se ele estivesse vivendo no mundo de hoje.
As pessoas têm jóias, mas não usam, porque têm medo de serem roubadas. Guardam nos cofres e as pessoas muito ricas, têm as jóias autênticas e as imitações, porque se o ladrão roubar não levou nada. Não são donos das jóias, as jóias é que são donos deles. Tornam-se escravos daquilo que têm.
Então dizia Diógenes: a felicidade verdadeira consiste em não ter nada! Porque quem não tem nada não pode ficar pior do que já está. A felicidade, portanto, consiste nesse despojamento, e é provável que essa filosofia que deu margem ao brocardo popular: “O homem feliz não tinha camisa”.
Será que a felicidade é não ter? Diógenes criou então a filosofia cínica. E certo dia estava ele em Atenas falando a uma estátua, quando alguém admirado perguntou-lhe: - Diógenes, você está conversando com uma estátua?
– Sim!
- Mas tu não sabes que a estátua é de pedra?
- Sim!
- E não sabes que as pedras não ouvem?
– Sim!
- E por que estás falando com as pedras?
– Para acostumar-me com o silêncio da pedra, a fim de ter paciência com a estupidez de quem fala. Era o filósofo.
Estando em Corinto, a sua cidade natal, Alexandre, o grande da Macedônia, havia terminado de conquistar o mundo, e naturalmente a Grécia. E ao chegar a Corinto, soube que Diógenes ali vivia. Alexandre, era discípulo de Aristóteles, que absurdo! E amava a filosofia de Diógenes, que paradoxo! Desejou então ter um contato com Diógenes e pediu ao Governador de Corinto que levasse Diógenes à sua Galera, que estava ancorada no porto. O Governador, correu à casa de Diógenes, uma casa miserável nos arredores da cidade, e encontrou o filósofo que escrevinhava no chão, no pó. Então o Governador disse-lhe:
- Diógenes, Alexandre Magno, o conquistador do mundo quer conhecer-te e mandou pedir-me que eu te leve até ele, e se eu não te levar, ele arruinará toda a cidade de Corinto, não deixando pedra sobre pedra, - vem comigo! E Diógenes disse:
- Eu não vou!
- Mas Diógenes é Alexandre o conquistador da Terra, ele quer conhecer-te!
– Mas eu não quero conhecê-lo!
- Mas ele quer que tu vais lá!
- Eu não vou! Se ele é quem quer me conhecer que venha cá!
- Mas Diógenes! Ele mandou dizer que destruirá Corinto!
- Aleluia, que destrua! Porque aí não teremos mais medo de um monstro igual a ele. Ficaremos em paz. E não foi.
Quando Alexandre soube, achou isso notável. A coragem do filósofo, e resolveu então visitá-lo. Foi com os seus generais, a sua corte e ao chegar à casa em que estava Diógenes, Alexandre abriu os braços à porta e olhando o filósofo ali aos pés: Trago-te, disse ele, a metade do mundo. Venho dar-te a metade da Terra, venho convidar-te para que governe o mundo comigo. Eu serei o governador militar e tu serás o filósofo que me dirás o que eu devo fazer. Todos estavam emocionados, os bajuladores. Diógenes levantou-se com desdém, deu-lhe um empurrão e disse:
- Senhor, não me tome aquilo que não pode me dar. E saiu. Alexandre ficou a reflexionar, o que ele estava tomando daquele miserável? E percebeu que estando à porta projetava sombra, tomava o sol, o sol ele não podia dar a Diógenes. Alexandre desculpou-o, viajou, morreu três anos depois e Diógenes sobreviveu por muitos anos.
Então ele dizia que felicidade é não ter nada! Mas será que não ter nada dá felicidade?
Num mundo tão agitado, cheios de problemas, desafios e necessidades, pelo menos aquele mínimo, para uma vida digna, mas infelizmente, Diógenes tem alguma razão, porque existem pessoas que são escravas do que não tem. E isto é cruel.
Joana de Angelis, Espírito de luz, nos esclarece que possuímos tudo que é necessário para nossa felicidade, mas estabelecemos que a felicidade é uma condicional e criamos essa conjuntura: Eu só serei feliz quando... perdendo os melhores momentos de felicidade. Eu só serei feliz se... e perdemos as melhores horas de felicidade. Então a felicidade não é a falta de recursos. Que será a felicidade?
O terceiro filósofo, Zenon de Cicio, estabeleceu que a pessoa é infeliz porque tem medo. Tem medo de perder o emprego, o namorado, o marido; tem medo de perder a saúde, da doença, tem medo da morte. Uma verdadeira filosofia de vida é estóica., em que a pessoa enfrenta a vida com estoicismo, com coragem, com elegância, com elevação. E a doutrina do Mestre Zenon, ofereceu vultos grandiosos à historia da humanidade.
Marco Aurélio, Imperador de Roma era estóico, escreveu seus aforismas em campo de batalha matando os inimigos o que é um paradoxo.
Nero foi educado por um estóico. O estoicismo brilhou, mas nós não podemos viver na expectativa do esforço para vencer a dor física, porque de repente vem a dor moral. A ausência de um ser querido, como preencher a lacuna da saudade? Por mais estoicismo, esse vazio existencial que o poeta Estivensson definia como a presença do ser ausente a ausência do ser presente. Por maior que seja o Estoicismo, uma dor pungente, avassaladora. Que será a felicidade interrogou-se? E Sócrates estabeleceu que a felicidade não é só ter ou em deixar de ter, consiste em ser. Ter mais, para atormentar-se. O essencial é ser mais e cada vez melhor. Então Sócrates pregava a filosofia idealista, a felicidade resulta de três fatores essenciais: Uma consciência tranqüila; Um coração pacificado e um caráter reto.
Somente quem age com retidão, tem um coração harmonioso, uma consciência honesta. E de tal forma Sócrates pregava o idealismo que Platão estabeleceu como precursores do Cristianismo.
Assevera Platão num dos seus aforismas: “Se a morte ceifasse a vida, bom negócio faria os maus, porque depois de haver atuado com indignidade morriam e tudo se acabava. Mas para eles não é exatamente assim, porque a vida continua e eles serão chamados à consciência, à prestação de contas.”
A felicidade do ponto de vista socrático está exarada numa conduta reta, como escreveu Buda: “Em uma consciência reta, em um pensamento reto, em palavras corretas e em atitudes retas.” Somente assim a pessoa tem uma felicidade interior e consegue superar quaisquer más inclinações, com as condições subjacentes do convívio social.
E Sócrates viveu integralmente a sua proposta. Ele preconizava naquele momento, que os jovens deviam rebelar-se contra a tirania dos governantes. Atenas viveu o período dos setenta tiranos. A palavra tirano em grego diverge do conteúdo latino. Não eram homens perversos, porque alguns deles eram amantes das letras e eram benfeitores da cultura. Mas eram homens que tomaram o poder. E Sócrates pregava a liberdade total. Graças a isso, ele foi condenado por corromper a juventude.
Determinado segmento de opção sexual contemporânea, assevera que Sócrates corrompia a juventude sob o aspecto moral-sexual, não é verdade.
A proposta filosófica Grega era de que libertando os jovens corrompia-os contra o poder totalitário, e por isso, ele foi levado a julgamento.
No julgamento que ficou célebre, narrado por Platão mais tarde, o juiz teve ocasião de lhe dizer:
- E agora por fim eu condeno-te à morte. E Sócrates sorriu.
– Mas tu sorris? Eu te condeno à morte!
- Oh! Senhor que asneira! Todos nós quando nascemos, já nascemos condenados á morte, o senhor não está dizendo nada mais do que uma coisa que eu já sabia.
- Mas eu te condeno à morte antes do dia em que tu deverias morrer...
- Não sei, porque na minha vida está a fatalidade de morrer no dia da sua condenação. E foi levado para o cárcere. Às vésperas de ser consumada a sentença, Criton, um dos seus discípulos, correu até e ele e disse no cárcere:
- Mestre, eu venho dar-te a liberdade! E Sócrates lhe perguntou:
- Qual liberdade?
– Arrancar-te da cela, da cadeia.
– Mas Cliton, eu não estou aprisionado. Eu sou livre, porque eu sei pensar, e todo aquele que sabe pensar voa com o seu pensamento e sua imaginação. Prisioneiros estão aqueles que têm vícios, porque aonde quer que vão, os vícios escravizam-nos. E como logrará eu evada da prisão?
– Porque na tarde de hoje, disse-lhe o discípulo, a cela dormirá aberta então evadirás Mestre.
- E como conseguiste?
- Nós reunimos jóias da família e subornamos os guardas.
- Mas Criton, tu crês que eu saia daqui para que?
- Para nos ensinar dignidade, verdade, honradez...
- Que mau filósofo tu és! Tu praticas um ato de indignidade, o suborno, com um jovem que não tem honradez, porque vendeu a dignidade, e pedes para que eu apóie o ato, para que eu fuja e depois eu preconize a honradez, a verdade, a dignidade? Enganas-te, enganai-vos todos vós meus discípulos, volta e dize-lhes que eu não fugirei!
- Mas Mestre... amanhã te matarão!
- A mim não Criton. Sócrates é imortal. Rasgarão o corpo, mas é uma endumentária. Sócrates viverá. Volta e dize-lhes que Sócrates é livre e viverá.
No dia seguinte, no pátio da prisão, diante de todas as testemunhas, quando o guarda trouxe-lhe o vaso de alabastro com cicuta para matar dez cavalos, o soldado comoveu-se, olhou para aquele homem e disse-lhe: - Senhor ainda tem uma hora. Ele disse: - Uma hora... é tão pouco para quem tem a eternidade. E bebeu a cicuta.
Quando começaram os estertores, Criton arrebentou a defesa policial e correu até o ele, ajoelho disse: - Mestre aonde quer que nós sepultemos o teu cadáver? Ele ouviu e quase num esforço inimaginável e lhe trouxe à consciência a resposta e disse: - O cadáver joga-o em qualquer lugar porque Sócrates não está mais dentro dele. Criton, não esqueça de pagar um galo a Asclépios que eu estou devendo.
Asclépios era o Deus da Medicina. E não morreu, entrou na eternidade cheio de vida. A quase três mil anos depois ei-lo aqui entre nós. Falando a respeito da felicidade de Sócrates. E se eu perguntar por acaso aos senhores o nome de um dos setenta tiranos eu duvido que alguém me responda, se souber eu agradeço., porque a história não registrou nem o nome do soldado que lhe levou o cálice de cicuta, mas do homem integral, do homem feliz, do homem livre, a história guardou toda uma proposta filosófica a respeito da felicidade.
Tudo que é "perfeito" tem limites impostos pelo seu próprio ser ou estado de "perfeição": um ser que manifeste as suas qualidades não o pode fazer sempre em todos os aspectos.
O imperfeito, além de não manifestar sua potencialidade, quando o faz, pode fazê-lo de modo a não preencher as características do seu ser.
O homem é um ser social e possui uma individualidade. Não é perfeito e portanto, sob diversos aspectos, limitado. Precisa viver consigo mesmo e com os outros, porém, as leis pessoais não são as mesmas que as sociais.
Pelo valor que é a individualidade, alguns homens são melhores em certos aspectos; outros, em outros, e assim a sociedade se completa e a vida social é possível. Mas a moeda tem outra face e o fato das pessoas diferirem em tantos aspectos pode gerar atritos de valores.
Os limites das pessoas também são diferentes. Neste ponto começa o limite entre o pessoal e o social. Existem situações que podem ser ignoradas, passíveis de serem aceitas, em prol da sociedade, do bem comum. Mas o limite não é fixo, pode variar muito: toleramos algo numa manhã, mas se o mesmo assunto for apresentado à noite..., passa dos limites.
Quereríamos que este limite fosse mais elástico, e de certo modo o é. O limite da tolerância tem por um lado a manutenção da individualidade e por outro a inclusão do individual no social. Se isto não ocorrer, alguns perdem sua individualidade e outros são excluídos e preferem se isolar do convívio social.
Neste conviver, o homem percebe que seus sonhos nem sempre são realidades quando se analisa na perspectiva do tempo. A certeza da morte o incomoda, seja pelo desejo de realizar-se, de deixar uma contribuição para a sociedade, ou pelo nihilismo teórico-prático em que muitos podem mergulhar.
Nossa liberdade é o preço da nossa existência, segundo Rodríguez-Rosado (1976).
Existimos como seres humanos livres. Se não tivéssemos liberdade, nossa existência com certeza não seria da mesma forma. Seríamos outros seres, incapazes de optar, pois nosso protocolo seria rígido.
Ao optar, por exemplo, entre ficar em casa estudando ou sair com os amigos para descansar, em qualquer um dos casos, mostraremos que somos livres - e responsáveis -, mas pagaremos o preço da nossa livre decisão.
Cada ser humano pode optar, e ao escolher exclui algo. E todas as nossas ações podem ser vistas por terceiros, que nos rotulam em função das nossas ações.
Existimos e somos, mas nem sempre gostamos de ser rotulados pelos nossos defeitos, modos etc. Algumas pessoas possuem defeitos mais evidentes, que se manifestam no convívio social. A semelhança de uma verruga negra e grande na ponta do nariz; caso estivesse escondida em outra parte do corpo, chamaria menos a atenção. Assim são nossos defeitos. Muitas vezes eles são evidentes, outras não.
A mente humana por vezes tende a caricaturizar em função dos traços ou atitudes negativas daqueles que nos cercam. Melhor seria ver os aspectos positivos dos outros: é mais fácil ensinar algo do que fazer alguém esquecer alguma coisa. Assim, poderíamos afirmar que a primeira impressão é a mais forte. Mas as pessoas mudam, por conta própria ou com a ajuda de terceiros. E no processo de mudança se percebe, por um lado, um limite pessoal; por outro, uma tolerância social.
A evolução espiritual, que se processa através das múltiplas existências, é lenta mas sempre progressiva.
Nenhum espírito adquirirá asas de improviso.
A conquista de uma única virtude exige do espírito repetidas lições a fim de que possa incorporá-la integralmente ao seu patrimônio moral.
Ninguém muda ninguém, sem mudar-se primeiro.
O Mestre Jesus ensinou o caminho que deveremos percorrer com os nossos próprios pés.
A conscientização é um estágio que cada espírito deve alcançar por si mesmo.
Podemos contar aos outros as experiências vivenciadas por nós, mas não temos como transferi-las àqueles que nos ouvem.
Ninguém se furtará aos embates da vida e a sua entrevista pessoal com a verdade.
Embora seja chamado a viver em sociedade, o homem deverá escalar sozinho o monte de sua própria redenção espiritual.
Por isso, em meio à massa humana, observamos as virtudes isoladas de alguns sobressaindo-se aos vícios da maioria, à feição do lírio que desponta no charco.
Caminhemos adiante, passa a passo, convictos de que a distância que nos separa dos Anjos ainda é a mesma que separa o verme do Sol.
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