Há um sentimento instintivo nos seres humanos, a respeito de uma força superior, um poder sobre-humano que costumamos chamar de Deus. As formas de pensar e compreender que Deus é este, o que ele faz e como governa a vida dos seres são inúmeras, e deram origem às religiões.
Numa época de conhecimentos científicos nulos ou bastante limitados, muitas idéias fantasiosas adquiriram importância, como se fossem verdades, e a partir daí, desenvolveu-se um tipo de relacionamento com Deus baseado no medo, nas trocas de favores, na intermediação por sacerdotes e na realização de rituais.
E apesar do progresso da Ciência desvendar uma realidade diferente, onde muitas crenças religiosas não se enquadram, a maioria dos seres humanos continua com suas antigas crenças, agindo com a mesma noção da divindade dos nossos antepassados: como uma pessoa que devemos agradar para servir aos nossos propósitos, que nos pune de algum modo se efetuamos escolhas ruins, que intervêm em nossos destinos, que diz o que podemos ou não fazer.
Uma diferença fundamental do conceito Maçônico de Deus, com relação a estes outros é que, mesmo limitado pela nossa linguagem e possibilidade de compreensão, ele transmite uma visão totalmente inovadora. Vejamos:
Para a Maçonaria, Deus não é pessoa ou Espírito, como nós; não tem forma nem sentimentos humanos.
Os Espíritos Superiores definem Deus como inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. Esta resposta não explica a natureza íntima de Deus, inacessível para nós, por enquanto, mas possibilita entendê-lO como poder criador do Universo. Seus atributos são qualidades atribuídas a Ele pelos Espíritos, e nos permitem ter uma idéia mais ou menos exata de como atua no Universo.
Ele é eterno (não teve início nem terá fim), imutável (não está sujeito a mudanças), imaterial (difere de tudo que é matéria e não se comporta como um ente material), único, onipotente, justo e bom, sendo que todas as suas qualidades estão num grau máximo.
O conhecimento da existência de Deus não ocorre pela fé cega, mas pela análise, observação e constatação do funcionamento harmonioso da Natureza. Nos processos da Natureza, tudo revela uma força inteligente e uma precisão que só poderiam resultar da criação de uma inteligência superior a qualquer outra que possamos imaginar. O acaso não poderia produzir estes efeitos.
Deus não precisa ser temido, nem existe para nos julgar, nem se entristece com nosso comportamento. Em suas deduções a respeito de Deus, os seres humanos lhe conferiram emoções e atitudes humanas que negam os seus atributos como qualidades máximas. Por ser superiormente sábio e conhecer profundamente o ser humano, não haveria sentido em nos julgar, ou entristecer-se por fazermos coisas próprias de nosso estágio evolutivo. Por ser imutável, não muda sua forma de agir, não nos oferece perigo, por isso não há motivo para se ter medo.
Deus não intervêm diretamente nos acontecimentos, mas age através das leis sábias que regem o Universo. A ação das leis de Deus em toda parte, das interações microscópicas no interior do átomo aos movimentos planetários e ao mais fundo dos seres é, em si mesma, prova de que a criação é perfeita desde o início, não exigindo providências de Deus para ajustar os rumos dos acontecimentos e para fazer prevalecer Sua vontade.
A relação do ser humano com Deus é feita sem intermediários, através da prece (pensamentos e sentimentos). Cada criatura, em qualquer hora ou local em que se encontre, pode elevar-se a Ele. A principal qualidade da prece corresponde ao sentimento que transmite, sem uso de objetos ou palavras especiais.
Por tudo isto...
...é importante observar bem o tipo de “imagens” de Deus estamos possibilitando às nossas mentes.
... caracterizar Deus como pessoa, ou mesmo como Espírito, é criar confusões entre conceitos. Uma alternativa interessante é utilizar de idéias que mostrem Deus como poder criador e mantenedor do Universo, cuja inteligência e amor se manifestam na perfeição das Leis da Natureza.
... também não caberão concepções e falas do tipo: Deus está vendo!... Deus castiga!, e outras, como ameaças diante de condutas indesejáveis.
... dizer que Deus curou, que Deus atendeu a determinado pedido, não corresponde ao modo como Ele atua no Universo.
... sempre que falar de Deus, é importante fazê-lo de forma consciente e madura, sem ingenuidade. Não hesite em contar porque você confia em Deus, de onde surgiu sua fé, e o quanto esta fé é realmente insubstituível em sua vida. Encoraje as pessoas ao seu redor a compartilhar suas vivências.
O reconhecido compositor e músico brasileiro, Gilberto Gil, brinda-nos com as seguintes pérolas nesse sentido:
Numa época de conhecimentos científicos nulos ou bastante limitados, muitas idéias fantasiosas adquiriram importância, como se fossem verdades, e a partir daí, desenvolveu-se um tipo de relacionamento com Deus baseado no medo, nas trocas de favores, na intermediação por sacerdotes e na realização de rituais.
E apesar do progresso da Ciência desvendar uma realidade diferente, onde muitas crenças religiosas não se enquadram, a maioria dos seres humanos continua com suas antigas crenças, agindo com a mesma noção da divindade dos nossos antepassados: como uma pessoa que devemos agradar para servir aos nossos propósitos, que nos pune de algum modo se efetuamos escolhas ruins, que intervêm em nossos destinos, que diz o que podemos ou não fazer.
Uma diferença fundamental do conceito Maçônico de Deus, com relação a estes outros é que, mesmo limitado pela nossa linguagem e possibilidade de compreensão, ele transmite uma visão totalmente inovadora. Vejamos:
Para a Maçonaria, Deus não é pessoa ou Espírito, como nós; não tem forma nem sentimentos humanos.
Os Espíritos Superiores definem Deus como inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. Esta resposta não explica a natureza íntima de Deus, inacessível para nós, por enquanto, mas possibilita entendê-lO como poder criador do Universo. Seus atributos são qualidades atribuídas a Ele pelos Espíritos, e nos permitem ter uma idéia mais ou menos exata de como atua no Universo.
Ele é eterno (não teve início nem terá fim), imutável (não está sujeito a mudanças), imaterial (difere de tudo que é matéria e não se comporta como um ente material), único, onipotente, justo e bom, sendo que todas as suas qualidades estão num grau máximo.
O conhecimento da existência de Deus não ocorre pela fé cega, mas pela análise, observação e constatação do funcionamento harmonioso da Natureza. Nos processos da Natureza, tudo revela uma força inteligente e uma precisão que só poderiam resultar da criação de uma inteligência superior a qualquer outra que possamos imaginar. O acaso não poderia produzir estes efeitos.
Deus não precisa ser temido, nem existe para nos julgar, nem se entristece com nosso comportamento. Em suas deduções a respeito de Deus, os seres humanos lhe conferiram emoções e atitudes humanas que negam os seus atributos como qualidades máximas. Por ser superiormente sábio e conhecer profundamente o ser humano, não haveria sentido em nos julgar, ou entristecer-se por fazermos coisas próprias de nosso estágio evolutivo. Por ser imutável, não muda sua forma de agir, não nos oferece perigo, por isso não há motivo para se ter medo.
Deus não intervêm diretamente nos acontecimentos, mas age através das leis sábias que regem o Universo. A ação das leis de Deus em toda parte, das interações microscópicas no interior do átomo aos movimentos planetários e ao mais fundo dos seres é, em si mesma, prova de que a criação é perfeita desde o início, não exigindo providências de Deus para ajustar os rumos dos acontecimentos e para fazer prevalecer Sua vontade.
A relação do ser humano com Deus é feita sem intermediários, através da prece (pensamentos e sentimentos). Cada criatura, em qualquer hora ou local em que se encontre, pode elevar-se a Ele. A principal qualidade da prece corresponde ao sentimento que transmite, sem uso de objetos ou palavras especiais.
Por tudo isto...
...é importante observar bem o tipo de “imagens” de Deus estamos possibilitando às nossas mentes.
... caracterizar Deus como pessoa, ou mesmo como Espírito, é criar confusões entre conceitos. Uma alternativa interessante é utilizar de idéias que mostrem Deus como poder criador e mantenedor do Universo, cuja inteligência e amor se manifestam na perfeição das Leis da Natureza.
... também não caberão concepções e falas do tipo: Deus está vendo!... Deus castiga!, e outras, como ameaças diante de condutas indesejáveis.
... dizer que Deus curou, que Deus atendeu a determinado pedido, não corresponde ao modo como Ele atua no Universo.
... sempre que falar de Deus, é importante fazê-lo de forma consciente e madura, sem ingenuidade. Não hesite em contar porque você confia em Deus, de onde surgiu sua fé, e o quanto esta fé é realmente insubstituível em sua vida. Encoraje as pessoas ao seu redor a compartilhar suas vivências.
O reconhecido compositor e músico brasileiro, Gilberto Gil, brinda-nos com as seguintes pérolas nesse sentido:
I
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Quando a morte ceifa nas nossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumamos dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.
Irmãos, é nesse ponto que precisamos nos elevar acima do terra-a-terra da vida, para compreendermos que o bem, muitas vezes, está onde julgamos ver o mal, a sábia previdência onde pensamos divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveremos de avaliar a justiça divina pela nossa? Poderemos supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a nos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutássemos melhor todas as dores que nos advêm, nelas encontraríamos sempre a razão divina, razão regeneradora, e os nossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríamos para o último plano.
Creia, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
É uma horrenda desgraça, afirmamos nós a todo momento, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falamos? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria.
Sabemos qual teria sido a sorte dessa vida, ao nosso parecer tão cheia de esperanças? Quem nos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhamos então das esperanças da vida futura, ao ponto de preferirmos as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supomos então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?
Em vez de nos queixarmos, regozijemo-nos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejarmos que ele aqui continue para sofrer conosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Nós, homens maçons, porém, sabemos que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo.
Paes, saibam que nossos filhos bem-amados estão perto de nós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos nos envolvem, seus pensamentos nos protegem, a lembrança que deles guardamos os transporta de alegria, mas também as nossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.
Nós, que compreendemos a vida espiritual, escutamos as pulsações do nosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirmos a Deus que os abençoe, em nós sentiremos fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentiremos aspirações grandiosas que nos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu.
E o poeta continua:
Irmãos, é nesse ponto que precisamos nos elevar acima do terra-a-terra da vida, para compreendermos que o bem, muitas vezes, está onde julgamos ver o mal, a sábia previdência onde pensamos divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveremos de avaliar a justiça divina pela nossa? Poderemos supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a nos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutássemos melhor todas as dores que nos advêm, nelas encontraríamos sempre a razão divina, razão regeneradora, e os nossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríamos para o último plano.
Creia, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
É uma horrenda desgraça, afirmamos nós a todo momento, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falamos? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria.
Sabemos qual teria sido a sorte dessa vida, ao nosso parecer tão cheia de esperanças? Quem nos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhamos então das esperanças da vida futura, ao ponto de preferirmos as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supomos então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?
Em vez de nos queixarmos, regozijemo-nos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejarmos que ele aqui continue para sofrer conosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Nós, homens maçons, porém, sabemos que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo.
Paes, saibam que nossos filhos bem-amados estão perto de nós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos nos envolvem, seus pensamentos nos protegem, a lembrança que deles guardamos os transporta de alegria, mas também as nossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.
Nós, que compreendemos a vida espiritual, escutamos as pulsações do nosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirmos a Deus que os abençoe, em nós sentiremos fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentiremos aspirações grandiosas que nos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu.
E o poeta continua:
II
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Será a Terra um lugar de gozo, um paraíso de delícias? Já não ressoa mais aos nossos ouvidos a voz do profeta? Não proclamou ele que haveria prantos e ranger de dentes para os que nascessem nesse vale de dores? Esperamos, pois, todos nós que aqui vivemos, causticantes lágrimas e amargo sofrer e, por mais agudas e profundas sejam as nossas dores, volvemos o olhar para o Céu e bendizemos do Senhor por ter querido experimentar-nos...
Ó homens maçons! reconhecemos o poder do nosso Senhor, G:.A:.D:.U:. senão quando ele nos haja curado as chagas do corpo e coroado de beatitude e ventura os nossos dias? Dar-se-á não reconhecermos o seu amor, senão quando nos tenha adornado o corpo de todas as glórias e lhe haja restituído o brilho e a brancura?
Imitai aquele que nos foi dado para exemplo. Tendo chegado ao último grau da abjeção e da miséria, deitado sobre uma estrumeira, disse ele a Deus: "Senhor, conheci todos os deleites da opulência e me reduzistes à mais absoluta miséria; obrigado, obrigado, meu Deus, por haverdes querido experimentar o vosso servo!"
Até quando os nossos olhares se deterão nos horizontes que a morte limita? Quando, afinal, nossa alma se decidirá a lançar-se para além dos limites de um túmulo?
Haveremos de chorar e sofrer a vida inteira? Que seria isso, a par da eterna glória reservada aos que tenham sofrido a prova com fé, amor e resignação? Busquemos consolações para os nossos males no porvir que Deus nos prepara e procuremos a causa no passado. E nós, que mais sofremos, consideremos-nos os afortunados da Terra.
Como desencarnados, quando pairava-nos no Espaço, escolhemos as nossas provas, julgando-nos bastante fortes para as suportar. Por que agora murmurar? Nós, que pedimos a riqueza e a glória, queríeis sustentar luta com a tentação e vencê-la. Nós, que pedimos para lutar de corpo e espírito contra o mal moral e físico, sabíamos que quanto mais forte fosse a prova, tanto mais gloriosa a vitória e que, se triunfássemos, embora devesse o nosso corpo parar numa estrumeira, dele, ao morrer, se desprenderia uma alma de rutilante alvura e purificada pelo batismo da expiação e do sofrimento.
Que remédio, então, prescrever aos atacados de obsessões cruéis e de cruciantes males? Só um é infalível: a fé, o apelo ao Céu. Se, na maior acerbidade dos nossos sofrimentos, entoarmos hinos ao Senhor, o anjo, à nossa cabeceira, com a mão nos apontará o sinal da salvação e o lugar que um dia ocuparemos...
A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. Não nos perguntemos, portanto, qual o remédio para curar tal úlcera ou tal chaga, para tal tentação ou tal prova. Lembremo-nos de que aquele que crê é forte pelo remédio da fé e que aquele que duvida um instante da sua eficácia é imediatamente punido, porque logo sente as pungitivas angústias da aflição.
O Senhor apôs o seu selo em todos os que nele crêem. O Cristo nos disse que com a fé se transportam montanhas e aquele que sofre e tem a fé por amparo ficará sob a sua égide e não mais sofrerá. Os momentos das mais fortes dores nos serão as primeiras notas alegres da eternidade. Sua alma se desprenderá de tal maneira do corpo, que, enquanto se estorcer em convulsões, ela planará nas regiões celestes, entoando, com os anjos, hinos de reconhecimento e de glória ao Senhor.
Ditosos os que sofrem e choram! Alegres estejam suas almas, porque o G:.A:.D:.U:. as cumulará de bem-aventuranças.
E finaliza o Compositor:
Ó homens maçons! reconhecemos o poder do nosso Senhor, G:.A:.D:.U:. senão quando ele nos haja curado as chagas do corpo e coroado de beatitude e ventura os nossos dias? Dar-se-á não reconhecermos o seu amor, senão quando nos tenha adornado o corpo de todas as glórias e lhe haja restituído o brilho e a brancura?
Imitai aquele que nos foi dado para exemplo. Tendo chegado ao último grau da abjeção e da miséria, deitado sobre uma estrumeira, disse ele a Deus: "Senhor, conheci todos os deleites da opulência e me reduzistes à mais absoluta miséria; obrigado, obrigado, meu Deus, por haverdes querido experimentar o vosso servo!"
Até quando os nossos olhares se deterão nos horizontes que a morte limita? Quando, afinal, nossa alma se decidirá a lançar-se para além dos limites de um túmulo?
Haveremos de chorar e sofrer a vida inteira? Que seria isso, a par da eterna glória reservada aos que tenham sofrido a prova com fé, amor e resignação? Busquemos consolações para os nossos males no porvir que Deus nos prepara e procuremos a causa no passado. E nós, que mais sofremos, consideremos-nos os afortunados da Terra.
Como desencarnados, quando pairava-nos no Espaço, escolhemos as nossas provas, julgando-nos bastante fortes para as suportar. Por que agora murmurar? Nós, que pedimos a riqueza e a glória, queríeis sustentar luta com a tentação e vencê-la. Nós, que pedimos para lutar de corpo e espírito contra o mal moral e físico, sabíamos que quanto mais forte fosse a prova, tanto mais gloriosa a vitória e que, se triunfássemos, embora devesse o nosso corpo parar numa estrumeira, dele, ao morrer, se desprenderia uma alma de rutilante alvura e purificada pelo batismo da expiação e do sofrimento.
Que remédio, então, prescrever aos atacados de obsessões cruéis e de cruciantes males? Só um é infalível: a fé, o apelo ao Céu. Se, na maior acerbidade dos nossos sofrimentos, entoarmos hinos ao Senhor, o anjo, à nossa cabeceira, com a mão nos apontará o sinal da salvação e o lugar que um dia ocuparemos...
A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. Não nos perguntemos, portanto, qual o remédio para curar tal úlcera ou tal chaga, para tal tentação ou tal prova. Lembremo-nos de que aquele que crê é forte pelo remédio da fé e que aquele que duvida um instante da sua eficácia é imediatamente punido, porque logo sente as pungitivas angústias da aflição.
O Senhor apôs o seu selo em todos os que nele crêem. O Cristo nos disse que com a fé se transportam montanhas e aquele que sofre e tem a fé por amparo ficará sob a sua égide e não mais sofrerá. Os momentos das mais fortes dores nos serão as primeiras notas alegres da eternidade. Sua alma se desprenderá de tal maneira do corpo, que, enquanto se estorcer em convulsões, ela planará nas regiões celestes, entoando, com os anjos, hinos de reconhecimento e de glória ao Senhor.
Ditosos os que sofrem e choram! Alegres estejam suas almas, porque o G:.A:.D:.U:. as cumulará de bem-aventuranças.
E finaliza o Compositor:
III
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar
Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isso, meus caros irmãos, prova, melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: "A felicidade não é deste mundo."
Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.
Diante de tal fato, é incontestável que as classes laboriosas e militantes invejem com tanta ânsia a posição das que parecem favorecidas da fortuna. Neste mundo, por mais que faça, cada um tem a sua parte de labor e de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a Terra é lugar de provas e de expiações.
Assim, pois, os que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado está, por experiência arqui-secular, que só excepcionalmente este globo apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.
Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.
O que consiste felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções. E notem, meus caros Irmãos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela multidão.
Conseguintemente, se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos inerentes à vida humana. Tal a razão por que Deus semeou, no nosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os nossos esforços e as nossas tendências nos farão gravitar um dia, quando nos acharmos suficientemente purificados e aperfeiçoados.
Todavia, não deduzamos das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Não, certamente! Dos progressos já realizados, podemos facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conseguidos, novos e mais fecundos melhoramentos.
Assim, pois, meus queridos Irmãos, que uma santa emulação nos anime e que cada um de nós se despoje do homem velho. Devemos todos consagrar-nos à propagação dessa política Espiritual que já deu começo à nossa própria regeneração, o constante e necessário lapidar da Pedra Bruta.
Corre-nos o dever de fazer que os nossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos Irmãos! Que nesta reunião solene todos os nossos corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações porvindouras um mundo onde já não seja vã a palavra felicidade, e que possamos a todo momento conversar abertamente com o G:.A:.D:.U:. buscando luzes para que isso efetivamente aconteça em nossas vidas.
Referências
Kardec, Allan - Evangelho Segundo o Espiritismo – Editora Ide – Araras-SP- junho/2010;
Lyra, Jorge Buarque – As Vigas Mestras da Maçonaria – Das Academias de Letras de São Paulo, Guanabarina e do Cenáculo Fluminense de História e Letras – Rio de Janeiro-1966;
Gil, Giberto, Se eu quiser falar com Deus (letra de música)- 1980;
Site: Espaço do educador - Rita Foelker - ritafoelker@edicoesgil.com.br; Visita em 24.08.10;
Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.
Diante de tal fato, é incontestável que as classes laboriosas e militantes invejem com tanta ânsia a posição das que parecem favorecidas da fortuna. Neste mundo, por mais que faça, cada um tem a sua parte de labor e de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a Terra é lugar de provas e de expiações.
Assim, pois, os que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado está, por experiência arqui-secular, que só excepcionalmente este globo apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.
Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.
O que consiste felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções. E notem, meus caros Irmãos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela multidão.
Conseguintemente, se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos inerentes à vida humana. Tal a razão por que Deus semeou, no nosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os nossos esforços e as nossas tendências nos farão gravitar um dia, quando nos acharmos suficientemente purificados e aperfeiçoados.
Todavia, não deduzamos das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Não, certamente! Dos progressos já realizados, podemos facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conseguidos, novos e mais fecundos melhoramentos.
Assim, pois, meus queridos Irmãos, que uma santa emulação nos anime e que cada um de nós se despoje do homem velho. Devemos todos consagrar-nos à propagação dessa política Espiritual que já deu começo à nossa própria regeneração, o constante e necessário lapidar da Pedra Bruta.
Corre-nos o dever de fazer que os nossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos Irmãos! Que nesta reunião solene todos os nossos corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações porvindouras um mundo onde já não seja vã a palavra felicidade, e que possamos a todo momento conversar abertamente com o G:.A:.D:.U:. buscando luzes para que isso efetivamente aconteça em nossas vidas.
Referências
Kardec, Allan - Evangelho Segundo o Espiritismo – Editora Ide – Araras-SP- junho/2010;
Lyra, Jorge Buarque – As Vigas Mestras da Maçonaria – Das Academias de Letras de São Paulo, Guanabarina e do Cenáculo Fluminense de História e Letras – Rio de Janeiro-1966;
Gil, Giberto, Se eu quiser falar com Deus (letra de música)- 1980;
Site: Espaço do educador - Rita Foelker - ritafoelker@edicoesgil.com.br; Visita em 24.08.10;
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