terça-feira, 26 de maio de 2009

AS VIRTUDES



FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

Fernando Bicudo Salomão

A natureza humana é dotada de forças habituais, enraizadas, muitas vezes adquiridas pela repetição constante dos atos correspondentes. Essas forças são chamadas habitus. Os habitus podem ser bons ou maus. Habitus bom, chama-se virtude. Habitus mau chama-se vício. Estamos, aqui, falando da natureza, forças comuns a todos os homens, virtudes naturais.

As virtudes são, então, como que uma força habitual, que não desaparece com facilidade, que nos leva a viver retamente, praticando o bem e evitando o mal. Elas sempre acompanham a graça santificante. Nós recebemos as virtudes pela primeira vez na hora do Batismo.

Quando nós não praticamos atos de virtude, acabamos adquirindo na alma uma força má, que é o contrário da virtude. Esta força má chama-se vício. Os vícios também são muito difíceis de desaparecer. Por isso é preciso muito esforço para não deixar eles entrarem em nosso ser, pois nos levam a pratica de atos errôneos.

Existem virtudes que nos levam a conhecer e amar a Deus e também a todos os irmãos - são as virtudes teologais, a Fé, a Esperança e a Caridade.

As Virtudes Teologais

As Virtudes Teologais, como o nome indica, são as virtudes que nos fazem agir bem em relação a Deus e ao próximo. Elas são essencialmente sobrenaturais, pois, além de serem dons divinos, elas se dirigem a Deus nos seus atos. E isso deve nos levar a agradecer muito ao GADU. Além de nos ajudar a praticar os atos de virtude necessários para o nosso dia a dia, nos infunde na alma virtudes tão especiais que nos levam à sua intimidade, nos devolve a imagem e semelhança divinas que perdemos pelo pecado.

Vamos ver que a Maçonaria tem glorificado a Fé, a Esperança e a Caridade. Sem prejuízo, porém, tem repelido a Fé pela ciência; Tem repudiado quimeras com as quais o homem infante embalava sua imaginação, e até a Caridade, quando orgulhosamente revestida da forma de esmola.

A Virtude da Fé( DO LATIM FIDES )


HEBREUS, 11.1 – “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem."

Deus revelou-nos os seus segredos divinos. Tudo o que Ele diz é verdade, pois Ele é a Verdade Eterna. Por isso devemos aceitar como verdade tudo aquilo que nos revelou, sabendo com segurança que tudo é verdade, e edificar nossas vidas sobre esta base: Devemos crer em Deus.

Não podemos crer, ou seja, praticar atos de Fé, sem a graça de Deus. A Fé é como os olhos da alma, com os quais podemos perceber, desde já, os mistérios divinos que contemplaremos face a face no céu.

A Fé é como uma raiz da qual nascem todas as demais virtudes.

A Virtude da Esperança ( DO LATIM SPERARE )


Sentimento que leva o homem a olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores que as oferecidas pelo presente, de tal sorte que a luta pela vida e os sofrimentos são enfrentados como contingências passageiras, na marcha para um fim mais alto e de maior valor. Do ponto de vista teológico, a Esperança é uma virtude sobrenatural, que leva o homem a desejar Deus, como bem supremo.

A virtude da Esperança é uma virtude infusa por Deus em nossa alma.

Sabemos que a Fé nos traz um conhecimento certo de Deus. Sabemos também que a virtude da Caridade nos traz o verdadeiro amor do Grande Arquiteto.

É justamente por isso que temos a virtude da Esperança. Com ela sabemos que Deus nunca deixará de nos ajudar com suas graças e por isso estaremos sempre prontos para lutar contra as coisas erradas e contra nossos vícios. Com isso fica claro que nossa vida de virtudes nos ajuda a conquistar o bom caminho na escada de Jacó, pois quando praticamos o bem e fugimos do mal, recebemos a recompensa de Deus.

Na nossa vida, precisamos viver sempre em função da Fé e da Esperança, pois esta vida se realiza, na verdade, pelo amor de Deus, que é a terceira virtude teologal, a Caridade.

A virtude da Caridade ( DO LATIM CARITAS )

”A caridade é paciente, é benigna a caridade não é invejosa, não é temerária; não se ensoberbece, não é ambiciosa; não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça; mas folga com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”.

AMOR, DE "CARUS" = CARO, de alto valor, digno de apreço, de amor. Identifica-se hoje, freqüentemente, a caridade como um afeto piegas que se traduz por gestos de assistência paternalista. O termo evoca, imediatamente, a idéia da esmola, tanto que a expressão: viver da caridade pública, significa viver de esmola. No entanto, caridade é algo bem mais profundo. É um amor desinteressado pela pessoa humana, motivada pelo seu valor excelso e incomparável dignidade. Para o cristão, ela tem referência teologal: é o amor de Deus, em si mesmo, e amor ao próximo, enquanto imagem de Deus. A caridade se baseia na mais profunda fraternidade que une a todos os homens pela participação na mesma vida de Deus.

A verdadeira caridade se expressa também em gestos de esmola. Não é para escamotear os imperativos da justiça, mas para atender uma dor ou a uma necessidade urgente que não sofre delongas. Mas ela sabe que, no mundo moderno, lhe incumbe uma função social muito mais vasta, que se pode resumir nos seguintes aspectos:

1 ) Ela complementa, não substitui as exigências da justiça, Caridade, sem justiça, é hipocrisia; mas justiça, sem caridade, não resolve, ou não pode resolver tudo. Porque a justiça mantém as distâncias; só a caridade supera o dualismo e propicia o diálogo que descobre os arranjos mútuos sem os quais seria impossível, muitas vezes, encontrar a solução para problemas individuais e sociais insolúveis à base exclusiva da justiça;

2 ) Caridade é o espírito que deve inspirar todos os gestos de nosso relacionamento com o próximo, mesmo os gestos de mais estrita justiça. Uma coisa é cumprir um dever, dar uma prestação, com um sentimento de rancor, outro é fazer isto mesmo de coração aberto e amigo.

A justiça obriga a atos exteriores; só a caridade extirpa a raiz amarga do ódio e purifica os afetos interiores;

3 ) A caridade prepara o caminho da justiça. Muitas iniciativas que se faziam por caridade foram integradas no âmbito do direito e hoje são obrigações de justiça. É ela enfim que se traduz no mandamento do amor, o qual, entendido a fundo e tomado a sério, encerra a solução de todos os problemas sociais: amai-vos uns aos outros.

Segundo Paulo, a CARIDADE é a terceira e a maior, a mais importante das três virtudes que o homem deve nutrir.

Assim como a Fé é a virtude que nos dá o conhecimento certo de Deus, assim também a Caridade é o verdadeiro amor de Deus. Para que nossa alma tenha verdadeiro amor por uma pessoa é preciso que ela primeiro conheça esta pessoa. Não podemos amar quem não conhecemos.

A Fé nos dá o conhecimento. A Caridade nos faz amar a Deus como Ele é, como O conhecemos pela Fé. A Caridade é a terceira virtude teologal, porque é Deus quem a infunde em nosso coração e, sobretudo, porque ela nos faz amar a Deus. Ela é toda relativa a Deus.

Amamos a Deus por causa da Sua perfeição infinita e de sua bondade. Deus é o próprio amor. Por isso, quando amamos alguém na caridade, esse amor nos foi dado por Deus. O Amor por si mesmo e o Amor ao Próximo

Para manifestar a Caridade na nossa vida, devemos amar a nós mesmos e ao próximo.

A virtude da Caridade deve ser praticada sempre.

M:.M:.Fernando Bicudo Salomão – ARLS Acácia do Rio Abaixo 35
Sto. Antônio do Leverger-Mt

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