terça-feira, 26 de maio de 2009

AS VIRTUDES



FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

Fernando Bicudo Salomão

A natureza humana é dotada de forças habituais, enraizadas, muitas vezes adquiridas pela repetição constante dos atos correspondentes. Essas forças são chamadas habitus. Os habitus podem ser bons ou maus. Habitus bom, chama-se virtude. Habitus mau chama-se vício. Estamos, aqui, falando da natureza, forças comuns a todos os homens, virtudes naturais.

As virtudes são, então, como que uma força habitual, que não desaparece com facilidade, que nos leva a viver retamente, praticando o bem e evitando o mal. Elas sempre acompanham a graça santificante. Nós recebemos as virtudes pela primeira vez na hora do Batismo.

Quando nós não praticamos atos de virtude, acabamos adquirindo na alma uma força má, que é o contrário da virtude. Esta força má chama-se vício. Os vícios também são muito difíceis de desaparecer. Por isso é preciso muito esforço para não deixar eles entrarem em nosso ser, pois nos levam a pratica de atos errôneos.

Existem virtudes que nos levam a conhecer e amar a Deus e também a todos os irmãos - são as virtudes teologais, a Fé, a Esperança e a Caridade.

As Virtudes Teologais

As Virtudes Teologais, como o nome indica, são as virtudes que nos fazem agir bem em relação a Deus e ao próximo. Elas são essencialmente sobrenaturais, pois, além de serem dons divinos, elas se dirigem a Deus nos seus atos. E isso deve nos levar a agradecer muito ao GADU. Além de nos ajudar a praticar os atos de virtude necessários para o nosso dia a dia, nos infunde na alma virtudes tão especiais que nos levam à sua intimidade, nos devolve a imagem e semelhança divinas que perdemos pelo pecado.

Vamos ver que a Maçonaria tem glorificado a Fé, a Esperança e a Caridade. Sem prejuízo, porém, tem repelido a Fé pela ciência; Tem repudiado quimeras com as quais o homem infante embalava sua imaginação, e até a Caridade, quando orgulhosamente revestida da forma de esmola.

A Virtude da Fé( DO LATIM FIDES )


HEBREUS, 11.1 – “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem."

Deus revelou-nos os seus segredos divinos. Tudo o que Ele diz é verdade, pois Ele é a Verdade Eterna. Por isso devemos aceitar como verdade tudo aquilo que nos revelou, sabendo com segurança que tudo é verdade, e edificar nossas vidas sobre esta base: Devemos crer em Deus.

Não podemos crer, ou seja, praticar atos de Fé, sem a graça de Deus. A Fé é como os olhos da alma, com os quais podemos perceber, desde já, os mistérios divinos que contemplaremos face a face no céu.

A Fé é como uma raiz da qual nascem todas as demais virtudes.

A Virtude da Esperança ( DO LATIM SPERARE )


Sentimento que leva o homem a olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores que as oferecidas pelo presente, de tal sorte que a luta pela vida e os sofrimentos são enfrentados como contingências passageiras, na marcha para um fim mais alto e de maior valor. Do ponto de vista teológico, a Esperança é uma virtude sobrenatural, que leva o homem a desejar Deus, como bem supremo.

A virtude da Esperança é uma virtude infusa por Deus em nossa alma.

Sabemos que a Fé nos traz um conhecimento certo de Deus. Sabemos também que a virtude da Caridade nos traz o verdadeiro amor do Grande Arquiteto.

É justamente por isso que temos a virtude da Esperança. Com ela sabemos que Deus nunca deixará de nos ajudar com suas graças e por isso estaremos sempre prontos para lutar contra as coisas erradas e contra nossos vícios. Com isso fica claro que nossa vida de virtudes nos ajuda a conquistar o bom caminho na escada de Jacó, pois quando praticamos o bem e fugimos do mal, recebemos a recompensa de Deus.

Na nossa vida, precisamos viver sempre em função da Fé e da Esperança, pois esta vida se realiza, na verdade, pelo amor de Deus, que é a terceira virtude teologal, a Caridade.

A virtude da Caridade ( DO LATIM CARITAS )

”A caridade é paciente, é benigna a caridade não é invejosa, não é temerária; não se ensoberbece, não é ambiciosa; não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça; mas folga com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”.

AMOR, DE "CARUS" = CARO, de alto valor, digno de apreço, de amor. Identifica-se hoje, freqüentemente, a caridade como um afeto piegas que se traduz por gestos de assistência paternalista. O termo evoca, imediatamente, a idéia da esmola, tanto que a expressão: viver da caridade pública, significa viver de esmola. No entanto, caridade é algo bem mais profundo. É um amor desinteressado pela pessoa humana, motivada pelo seu valor excelso e incomparável dignidade. Para o cristão, ela tem referência teologal: é o amor de Deus, em si mesmo, e amor ao próximo, enquanto imagem de Deus. A caridade se baseia na mais profunda fraternidade que une a todos os homens pela participação na mesma vida de Deus.

A verdadeira caridade se expressa também em gestos de esmola. Não é para escamotear os imperativos da justiça, mas para atender uma dor ou a uma necessidade urgente que não sofre delongas. Mas ela sabe que, no mundo moderno, lhe incumbe uma função social muito mais vasta, que se pode resumir nos seguintes aspectos:

1 ) Ela complementa, não substitui as exigências da justiça, Caridade, sem justiça, é hipocrisia; mas justiça, sem caridade, não resolve, ou não pode resolver tudo. Porque a justiça mantém as distâncias; só a caridade supera o dualismo e propicia o diálogo que descobre os arranjos mútuos sem os quais seria impossível, muitas vezes, encontrar a solução para problemas individuais e sociais insolúveis à base exclusiva da justiça;

2 ) Caridade é o espírito que deve inspirar todos os gestos de nosso relacionamento com o próximo, mesmo os gestos de mais estrita justiça. Uma coisa é cumprir um dever, dar uma prestação, com um sentimento de rancor, outro é fazer isto mesmo de coração aberto e amigo.

A justiça obriga a atos exteriores; só a caridade extirpa a raiz amarga do ódio e purifica os afetos interiores;

3 ) A caridade prepara o caminho da justiça. Muitas iniciativas que se faziam por caridade foram integradas no âmbito do direito e hoje são obrigações de justiça. É ela enfim que se traduz no mandamento do amor, o qual, entendido a fundo e tomado a sério, encerra a solução de todos os problemas sociais: amai-vos uns aos outros.

Segundo Paulo, a CARIDADE é a terceira e a maior, a mais importante das três virtudes que o homem deve nutrir.

Assim como a Fé é a virtude que nos dá o conhecimento certo de Deus, assim também a Caridade é o verdadeiro amor de Deus. Para que nossa alma tenha verdadeiro amor por uma pessoa é preciso que ela primeiro conheça esta pessoa. Não podemos amar quem não conhecemos.

A Fé nos dá o conhecimento. A Caridade nos faz amar a Deus como Ele é, como O conhecemos pela Fé. A Caridade é a terceira virtude teologal, porque é Deus quem a infunde em nosso coração e, sobretudo, porque ela nos faz amar a Deus. Ela é toda relativa a Deus.

Amamos a Deus por causa da Sua perfeição infinita e de sua bondade. Deus é o próprio amor. Por isso, quando amamos alguém na caridade, esse amor nos foi dado por Deus. O Amor por si mesmo e o Amor ao Próximo

Para manifestar a Caridade na nossa vida, devemos amar a nós mesmos e ao próximo.

A virtude da Caridade deve ser praticada sempre.

M:.M:.Fernando Bicudo Salomão – ARLS Acácia do Rio Abaixo 35
Sto. Antônio do Leverger-Mt

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"Perdemos o controle sobre as Drogas"



A GAZETA17 de Agosto de 2.007.

"Perdemos o controle sobre drogas", garante psiquiatra
Psiquiatra forense Zanizor Rodrigues: mais jovens estão se drogando
REALIDADE
Zanizor Rodrigues afirma que são formadas filas de usuários para atendimento no Hospital Adauto Botelho
Andréia Fontes Da Redação
Cerca de 900 pessoas procuram, por mês, atendimento no Centro Integrado de Apoio Psicossocial Adauto Botelho (Ciaps) e no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Droga (Caps). Das pessoas que são encaminhadas para tratamento prolongado, cerca de 60% são por dependência química. O psiquiatra Forense Zanizor Rodrigues da Silva afirma que "perdemos qualquer controle sobre a droga" e cita que são pessoas cada vez mais jovens que estão se viciando.
Hoje há filas para receber o atendimento. A diretora geral do Ciaps, Luciana Gomes de Souza, diz que seriam necessários pelo menos mais três centros para atender a demanda. Cuiabá tem apenas um, mantido pelo governo do Estado.
No Caps Álcool e Droga, único local público que interna dependentes químicos em Cuiabá, há uma média de 300 pessoas atendidas por mês e cerca de 150 em tratamento, também por mês. O local possui capacidade de 50 leitos e pelo menos 40 deles permanecem ocupados constantemente.
A diretora do Ciaps, que confirma o aumento da procura pelos dependentes, ressalta ainda que os dados são preocupantes ainda mais quando se observa que quase 50% da população em tratamento por dependência química são jovens na faixa etária de 20 a 30 anos. Além disso, 50% são solteiros, 50% não tinham trabalho, 94% são homens, 98% são de Cuiabá, 67% não estavam estudando e 40% não possuem o ensino fundamental.
Outro dado apontando pela diretora é que 70% dos internados para tratamento por dependência química são encaminhados pela Justiça. "A relação da dependência química com a criminalidade é muito próxima. Eu costumo comparar a situação dos dependentes com a de uma pessoa que, em um dia muito quente, não encontra água para beber. Multiplica essa sensação por mil para saber as consequências da droga. Daí vem as reações como o roubo, para conseguir dinheiro para comprar droga".
10% da população no país faz uso de entorpecentes
O aumento do consumo de droga acontece em todo o Brasil, segundo aponta a diretora do Ciaps Adauto Botelho, Luciana Gomes. Até no ano passado pesquisas apontavam que 6% da população fazia uso de alguma substância química. Este ano o índice já é de 10%.
Hoje, na porta de entrada do Ciaps Adauto Botelho, como é chamado o Pronto-Atendimento, são cerca de 500 a 600 atendimento ao mês. A maioria ainda é por esquizofrenia, mas seguido pelas diversas dependências químicas.
Luciana Gomes enfatiza que 74% dos pacientes em tratamento são alcoólatras, 15% viciados em maconha, 2% em pasta base e cocaína e 5% em tabaco. Os outros 4% são de difícil identificação, pois estão na classificação das variações, ou seja, uso de álcool com alguma droga ou mesmo de remédios controlados associados a outras drogas que acabam potencializando o efeito.
A diretora do Ciaps aponta que a situação de solidão, junto com a de não se sentir "encaixado" na sociedade, acaba levando o indivíduo para um quadro de depressão e a droga entra como uma forma de aliviar o sofrimento. "O crescimento do consumo da droga está relacionado com a organização da sociedade, com as relações familiares. Eu sempre digo que um filho que não é efetivamente adotado pelos seus pais, os traficantes o adota".
Luciana Gomes afirma ainda que a maioria das pessoas dependentes que procuram ajuda por causa de outros problemas clínicos causados pelas drogas.
Reforço - O secretário municipal de Saúde, Guilherme Maluf afirmou que a prefeitura só aguarda a liberação de recursos para alugar um prédio e contratar os profissionais para instalação do primeiros Caps Álcool e Droga pela prefeitura, mas este será apenas para tratamento ambulatorial. Para internação, ainda não há previsão de instalação. (AF)A GAZETA 24.09.2007MUNDO CÃO
Jovens de 18 a 25 anos representam 65% dos crimes do tráfico na CapitalMinistério Público apresenta um completo raio-x de como funciona o comércio ilegal de entorpecentes em Cuiabá
Integração das polícias e criação de um Serviço de Inteligência são medidas que podem influenciar na redução do tráfico e consumo de entorpecentes
Josi Costa Da Redação
Um relatório analítico produzido pelo Ministério Público de Mato Grosso aponta que jovens entre 18 e 25 anos estão envolvidos em 65% dos crimes de tráfico de entorpecentes em Cuiabá. O índice se baseia em 136 interrogatórios prestados em audiência de ações penais da 9ª Vara Criminal da Capital (Tóxicos), de junho a agosto deste ano.
A análise feita nesse período pelo promotor de Justiça, Marcos Machado, também mostra que 50% de homens e mulheres que exercem alguma função no comércio de drogas tem segundo grau ou ensino superior. Machado está empenhado em ajudar numa campanha institucional de mobilização da sociedade civil e dos órgãos públicos contra as drogas em Mato Grosso, além de sugerir medidas concretas e permanentes para repressão do crime.
No relatório foram consideradas condutas características de venda nas ruas, em bares, em casas que funcionam como bocas-de-fumo ou ainda por meio de mototaxi (disk-droga) na Capital. Ao serem interrogados em juízo, maioria dos acusados justifica que vende drogas para sustento próprio ou da família e por considerar a "atividade" um serviço leve, que não exige qualificação e de alta rentabilidade.
As principais profissões listadas pelos indiciados foram auxiliar de pintura, servente de pedreiro, serviços gerais, motorista, comerciante de bebidas e estudante, além daqueles sem ocupação definida. "O traficante procura o desocupado, mas temos casos de pessoas que estão deixando de comer ou de comprar uma vestuário para consumir drogas", conta.
Para ilustrar, Machado cita o caso de um homem que saía do trabalho todos os dias, ao final do expediente, e antes de voltar para casa, de bicicleta, passava numa boca-de-fumo. "Ele comprava uma cabecinha todos os dias e disse que era pra relaxar".
Quanto ao tipo de droga mais usada entre usuários de baixo poder aquisitivo ele cita a pasta-base de cocaína. Depois de passar por processo químico, o refugo da cocaína se transforma em pasta-base ou crack (pedra). A droga é considerada uma bomba-relógio pelos danos que causa aos usuários como taquicardia, febre, paranóia e sensação de medo e pânico, além de o uso prolongado da droga poder levar à destruição de tecido cerebral. "De cada 10 casos de apreensão, cinco são pasta-base", diz.
Ele diz que que o uso em grupo do entorpecente dificulta diferenciar o usuário do traficante, embora a figura do usuário traficante também tenha aumentado e 70% dos interrogados pedem para passar por exame toxicólogo, que confirma a versão. A nova lei sobre porte e tráfico de drogas não chega a descriminalizar nenhuma substância considerada ilegal, mas distingue e pune o usuário dependente com penas socioeducativas aplicadas por juizados especiais criminais, como prestação de serviços à comunidade ou inscrição em programas de tratamento. "Sou contra a descriminalização. Com o abrandamento da da penalidade aumentou o consumo, temos mais pessoas entorpecidas no meio social que podem matar para ter a droga. Cinquenta por cento ou mais dos traficantes são usuários".
O promotor insiste na necessidade de ampliação do serviço do Centro de Apoio Psicossocial (Caps), que trata dependentes químicos, já que a Capital conta com apenas uma unidade. Uma matéria feita há dois meses pela reportagem mostrou que projetos como Lar Cristão, no CPA, e Associação Manassés, no bairro Pedregal, onde o tráfico é um dos principais problemas do local, por exemplo, não sofrem qualquer tipo de fiscalização por parte dos órgãos públicos. Nas duas, a estrutura prometida para tratamento de usuários é precária.
Porta de entrada - Ele diz que a droga entra em Cuiabá das formas "mais simples do mundo" em vans em que os motoristas vêm supostamente passar o dia em Cuiabá e deixam o veículo na cidade até que o material chegue ao destinatário ou de carona, através de caminhoneiros, entre outras, que não exigem qualquer criatividade. "Estão entregando droga como se entrega uma correspondência", resume. "Cáceres está a 200 quilômetros daqui", cita, ao apontar a porta de entrada da droga no Estado, já que faz divisa com a Bolívia.
Há 5 dias, o juiz Alex Nunes de Figueiredo, da 3ª Vara Criminal de Execuções Penais daquele município, proibiu novas transferência para a cadeia local como determina o artigo 85 da Lei de Execuções Penais que não permite superlotações. A cadeia de Cáceres foi projetada para 192 presos e já abriga 294.
Machado diz que o MPE e a juíza Maria Cristina Sales, da 9ª Vara Criminal têm tentado realizar um trabalho extra-processual para conscientizar a população e ou governo do estado quanto à gravidade do tráfico na Capital. "Estamos buscando apoio institucional e de órgãos públicos", diz. "Cuiabá tem alto índice de criminalidade. Enquanto não fizer um trabalho sério e eficaz continuam os assaltos, furtos e homicídios", analisa. "O tráfico urbano tem por característica desorganizar a vida da sociedade", alerta.
Fragilidade - Ele diz que não é de hoje que o tráfico se tornou banalizado e aponta alguns fatores que favorecem o crime como a desarticulação entre as polícias Civil e Militar e a falta de um serviço de inteligência, monitoramento e repressão específico e contínuo em Cuiabá.O promotor insiste que esse trabalho precisa ser desempenhado por uma equipe de policiais com conhecimento técnico em entorpecentes e em produção de provas que vão desde à memória do policial que faz o flagrante, ao registro fotográfico do local do crime, por exemplo. "A polícia técnica não deveria ir ao local do flagrante e fotografar?", questiona, ao lembrar ainda que as agressões e arbitrariedade cometidas contra os acusados também fragilizam as provas em juízo e favorecem a absolvição de indiciados.
Para ele, dificultam ainda a repressão e combate ao tráfico, os casos de convivência policial com o crime, especialmente aqueles que são dependentes e protegem a boca-de-fumo em troca da droga. Machado defende a reativação da Delegacia de Repressão a Entorpecente (DRE), há dois anos, embora ressalte o bom trabalho desenvolvido nos Centros Integrados de Segurança e Cidadania (Ciscs) que passaram a concentrar os casos.
O outro problema está na fronteira do Brasil com a Bolívia. "O Gefron foi desmantelado", diz, ao se referir ao Grupo Especial de Fronteira (Gefron) criado há 5 anos pelo Estado, para apoiar os órgãos federais responsáveis pela segurança entre o Brasil e a Bolívia, dentro de Mato Grosso.O promotor defende ainda a criação de um fundo estadual antidrogas para receber todos os valores provenientes de alienações, leilões ou apreensões de imóveis, dinheiro ou meios de transportes de condenados pelo tráfico e outros comprovadamente obtido pela prática do crime.
Segundo ele, nem as multas tem sido aplicadas no combate ao tráfico dentro do sistema prisional, já que os valores são recolhidos em conta único do Tribunal de Justiça (TJ/MT), por uma decisão administrativa.
A instalação, no Fórum Criminal, de uma vara especializada para processar e julgar os casos de uso de entorpecentes e a criação de um serviço que auxilie o PM na articulação de ações entre a Central de Inquéritos, a 9ª Promotoria Criminal e a Promotoria da Infância e Juventude nos casos de tráfico e uso de drogas. "Vão dizer que faltam recursos e não posso aceitar essa resposta. Há o gestor de dinheiro público que cumpre o orçamento e o gestor de política pública que respeita o orçamento mas procura priorizar ações com remanejamentos, adequações", critica.
Em sua avaliação o combate ao crime de tráfico existe, mas é insuficiente. "Apesar das prisões efetuadas todos os dias, de inúmeros processos não alcançamos 40% da criminalidade", afirma.Outro lado - A reportagem procurou o secretário de segurança Pública, Carlos Brito, para comentar as críticas feitas do promotor de Justiça, na quarta (20), mas não havia espaço em sua agenda naquele dia e no dia seguinte ele estava com viagem marcada, segundo assessoria de imprensa.Organograma do tráfico
Chefe: comanda todas as ações do tráficoAutônomo: preparação e vendaAviãozinho: leva pequenas quantias de droga e traz pequenos valoresVapor: recebe a droga em consignação para venda e recebe parte para consumo próprio, em comissãoPerfil dos acusados70% homens30% mulheresFaixa etária65% de 18 a 25 anos25% de 26 e 50 anos10% acima de 50 anosEscolaridade20% primário30% primeiro grau30% segundo grau20% superior

ORDEM MAÇÔNICA

A IRMANDADE dos MAÇONS é a maior organização do mundo. Muito tem sido escrito a respeito. Todavia, para muitos, a Maçonaria ainda permanece um mistério. Nestas páginas buscamos relatar alguns fatos informativos e, também, corrigir algumas concepções errôneas.

A Maçonaria é uma associação iniciática, sem fins lucrativos, cuja origem se perde na antigüidade e que atualmente se faz formar por mais de onze milhões de membros em todo o mundo. É um sistema de conduta moral onde se aprende a controlar suas paixões e vícios bem como a praticar a fraternidade.

Somente são admitidos na Maçonaria homens livres e de bons costumes, sem distinção de raça, religião, ideologia política ou posição social. Exige-se do candidato, unicamente, que possua espírito filantrópico e o firme propósito de buscar sempre o auto-aperfeiçoamento.

Está baseada na crença em um Ser Superior, Deus, a quem denomina "Grande Arquiteto Do Universo", como princípio e causa de todas as coisas.

Apresenta-se rígida em seus princípios, mas é tolerante com as pessoas. Ensina a respeitar as opiniões dos outros, mesmo quando contrariam às próprias.

CONVIDAMOS a todas as pessoas, independentemente de serem Maçons, de encaminhar para o nosso e-mail: rioabaixo35@gmail.com trabalhos, dúvidas e idéias, serão sempre bem aceitas.

AOS IRMÃOS, CONVIDAMOS PARA TRABALHAR CONOSCO TODAS AS 2ª FEIRAS A PARTIR DAS 20.00HS NO NOSSO NOVO TEMPLO, RODOVIA PALMIRO PAES DE BARROS, ENTRADA DA CIDADE, LADO DIREITO. AGUARDAMOS AS HONROSAS PRESENÇAS DOS AMADOS IIR:.

ARLS Acácia do Rio Abaixo 35 - Santo Antônio do Leverger-MT

MAÇONARIA E A ALTA ESPIRITUALIDADE

Dangler Travassos Guimarães

SER MAÇOM

· Ser Maçom é ser amante da virtude, da sabedoria, da justiça e da humanidade;
· Ser Maçom é ser amigo dos pobres e desgraçados;
· Ser Maçom é querer a harmonia das famílias e paz na humanidade;
· Ser Maçom é educar com exemplo de amor e moralidade;
· Ser Maçom é praticar o bem esquecendo as ofensas sofridas;
· Ser Maçom é amar a luz, rendendo culto à razão e à sabedoria;
· Ser Maçom é ser tolerante, caridoso, sem distinção de crenças e opiniões, buscando sempre atingir a Fraternidade universal, sem fanatismo.

PARA SER UM MAÇOM É NECESSÁRIO:

· Ser temente a Deus;
· Crer numa vida futura após a morte como estímulo para esta vida de aperfeiçoamento;
· Amar ao próximo, eliminando o egoísmo;
· Respeitar a sociedade em que vive, condoendo-se com o sofrimento alheio;
· Contrapor-se aos vícios;
· Ser trabalhador; Se empregado, exemplar; Se empregador, humano e compreensivo;
· Falar só o necessário sem ferir a sensibilidade dos outros;
· Ser fiel à sua Pátria;
· Estudar sempre, buscando novos conhecimentos. Somente assim estará em condições de ser um dos “elos” da grande corrente que forma a sublime Ordem, a MAÇONARIA.

VERDADEIRO MAÇOM

· A Maçonaria não recebe candidatos de condutas duvidosas por ser uma Ordem de homens de bons costumes e não um reformatório;
· Os que tiveram a sorte de ser convidados e aceitos para o ingresso em seus quadros, têm a oportunidade de se melhorar mais ainda, se seguirem seus ensinamentos, dedicando-se aos estudos filosóficos Maçônicos, procurando fontes de sabedoria para seu esmerilamento com se faz com o polimento da pedra bruta;
· Ser Maçom não é fácil. Não basta ingressar na Ordem, ter boa freqüência, ser cordial com os demais irmãos, participar de todos os eventos, galgar todos os graus, vestir os paramentos e usar insígnias. Não! Isso é apenas o rótulo de Maçom;
· O Mestre Jesus disse: “Faça que te ajudarei”, o esforço deve ser todo nosso;
· O plano Espiritual Superior está fornecendo-nos fontes de conhecimentos, o resto só depende de nosso esforço e perseverança;
· Jesus disse também: “ Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Quanto mais preparada for a pessoa, mais se aproxima da verdade que ainda está muito longe de nós;
· Os Maçons devem buscar esses ensinamentos e pesquisar;
· A não divulgação desses conhecimentos adquiridos, demonstra egoísmo e orgulho, doenças espirituais que os Maçons devem combater para a sua própria elevação espiritual;
· Guardar para si só a sabedoria é pequenez espiritual; O Maçom precisa divulgar os seus conhecimentos, pois é dando que recebe;

domingo, 3 de maio de 2009

O SIMBOLISMO MAÇÔNICO COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM





A:.M:. CHARLLES CABRAL DA SILVA
INTRODUÇÃO



Foi-me concedido o privilégio de escolher um tema para desenvolver meu segundo trabalho como Aprendiz Maçom. Digo privilégio no sentido de que, a meu ver, a liberdade de escolha é o pleno exercício da faculdade suprema do ser pensante: o livre-arbítrio.

De início, pensei em escolher dois ou três instrumentos de trabalho, ou outro símbolo da Maçonaria, pesquisar e discorrer sobre o assunto. Contudo, considerei que não poderia ir além da simples repetição do já foi dito com maior sabedoria pelos Mestres, e embora certamente pudesse aprender alguma coisa nova, isso seria limitado ao objeto escolhido.

Então me vi em grande dificuldade: o que escolher? E a dúvida me levou a pensar e refletir sobre o que realmente me interessava. Sobre qual assunto eu gostaria de me aprofundar... E o interessante é que, neste processo de dúvida e reflexão, aprendi algo muito importante. Aprendi que a liberdade de escolha nos obriga a pensar e refletir, ponderar e avaliar as vantagens e desvantagens desta ou daquela decisão. De forma que ficou claro que seja qual for a decisão, ela implica na responsabilidade única e exclusiva de quem decide, já que, sendo de caráter subjetivo, traduz-se em ação da qual não se pode atribuir culpa nem mérito a outrem, apenas a si mesmo.

De posse desse conhecimento que acabara de adquirir, foi fácil estabelecer o tema, pois me lembrei que já havia lido que a Maçonaria utiliza de símbolos e alegorias para transmitir conhecimento, ensejando ao iniciado o exercício da reflexão, do pensar por si mesmo. Exercício que praticara na tarefa de fazer uma escolha. Desta forma escolhi o tema: O Simbolismo Maçônico Como Instrumento de Aprendizagem.

A UTILIDADE DA SIMBOLOGIA

Porque a Maçonaria utiliza este método de ensino, baseado em símbolos e alegorias? Não seria mais simples se estabelecer fórmulas ou dogmas para transmitir conhecimento? Ora, após refletir sobre essa pergunta, concluí que a religião e a ciência já o fazem. E o resultado é que raramente produzem conhecimento novo, apenas geram repetidores de idéias pré-concebidas, destinados a fazer proselitismo, ou formam técnicos aptos a executar tarefas mecânicas. Poucos são os filósofos e cientistas de verdade.

Já na Antiguidade, Platão considerava o conhecimento como algo vivo e dinâmico, e não como um sistema de doutrinas pré-adquiridas e retransmitidas. O conhecimento verdadeiro só é adquirido por meio da busca inquietante, da reformulação constante das questões e da multiplicação dos modos de abordagem dos problemas. Ou seja, um esforço contínuo para se pensar mais profunda e claramente.

O ato de pensar, racionalmente, advém da ignorância, ou seja, da falta conhecimento que se expressa pela dúvida. Daí os questionamentos: Quem sou? De onde vim? Por que existo?

Descartes descobre sua primeira verdade partindo da dúvida, pois o fato de pensar revela a existência de algo que pensa: “O que é este algo? Sou eu. Penso, logo existo. A minha própria dúvida demonstra a minha existência de duvidador. De outra maneira, nem a própria dúvida poderia existir.” Estabelece assim, como princípio, duvidar de tudo, rejeitando como absolutamente falso tudo que pudesse conter a menor parcela de incerteza.

Embora sua linha de raciocínio seja base do racionalismo, que é contrário ao método de ensino através dos símbolos, parte do mesmo princípio, o de que o duvidar, o pensar e refletir, são o alicerce da edificação do conhecimento.

Quando o Aprendiz lê uma instrução, ou estuda um determinado símbolo, pesquisa as diferentes interpretações dos vários autores maçônicos, percebe nuanças e gradações, variações diversas sobre o assunto, de forma a instigar sua imaginação a buscar a interpretação que mais lhe inspire verossimilhança e contemple a sua razão. Ao analisar essas pequenas diferenças tira suas próprias conclusões e estabelece a sua verdade, que jamais será absoluta, no instante em que se torna ponto de partida a novas indagações, constituindo um processo no qual o aprendizado se torna eterno (polimento da Pedra Bruta) e o saber um ideal (a Pedra Polida).

Desde a Sessão de Iniciação o candidato se depara com uma farta simbologia, rica em detalhes e fases, seja na decoração do Templo, seja nos discursos e passagens do cerimonial. Esta simbologia, a princípio destituída de sentido pela ignorância do profano quanto aos Ritos e a significação das imagens e alegorias, torna-se, com o tempo, o meio comum com o qual se transforma num iniciado real, ou seja, aquele que a estuda com fito de dominar e vencer as paixões e as fraquezas humanas. Mais ainda, objetivando compreender o real sentido da vida.

A propósito, Nicola Aslan ensina: “... a Iniciação Real só se pode ser conseguida por aquele que se torna seu próprio Guia, Mestre e Iniciador. Se o Candidato for ‘iniciável’, cedo ou tarde compreenderá; senão, jamais poderá conseguir transpor os umbrais da Iniciação que, para ele, permanecerá indefinidamente simbólica, mesmo depois de muitas décadas dentro da Instituição.” Verifica-se daí, que toda essa simbologia tem um objetivo prático, bem definido, qual seja, o de produzir o aprendizado necessário para transformar um homem comum num homem de elite. AS FONTES DA SIMBOLOGIA MAÇÔNICA

Com o declínio da Maçonaria Operativa, onde o estilo gótico foi substituído pela Renascença, foram introduzidos na instituição os chamados Maçons Aceitos, geralmente membros da Aristocracia, homens cultos e preocupados em corrigir as deficiências morais e recuperar a sociedade corrompida pela imoralidade derivada de mais de dois séculos de lutas político-religiosas. E tornaram-se, com o passar do tempo, a maioria dos membros das lojas, elevando o nível intelectual da instituição. Indubitavelmente os Rosacrucianos, por volta dos princípios do séc. XVIII foram os responsáveis pelas modificações paulatinas do Ritual, transformando aos poucos a “recepção” dos novatos em “iniciação” propriamente dita.

A Bíblia e a Cabala são a fonte do mais rico manancial de onde foram baldeados os elementos do Simbolismo Maçônico. Da mesma forma, o Ocultismo com seus sistemas filosóficos, e as Artes dos Mistérios, advindos do conhecimento dos povos antigos, também contribuíram substancialmente com este Simbolismo.

Os conteúdos esotéricos dos colégios iniciáticos da Antiguidade, e dos quais a Maçonaria é herdeira, eram a base do ensinamento ministrado sob a forma de Ritos e Símbolos. Os gestos e a encenação eram considerados muito mais eloqüentes que as palavras, pelo fato de que neles estavam contidos os princípios que deveriam ser adivinhados, forçando o iniciado a raciocinar, a pensar, e retirar de si mesmo o fruto do conhecimento.

Dos Maçons operativos permanecem as colunas arquitetônicas e as ferramentas profissionais, bem como algumas figuras geométricas. De origem mágica temos como exemplo o Pavimento Mosaico, as velas, o incenso e as espadas. Já a Câmara das Reflexões guarda os símbolos Herméticos dos quatro elementos: Terra, Ar, Água e Fogo. Da Numerologia a Maçonaria herdou o esoterismo dos números: o número três, por exemplo, está intimamente ligado ao Grau de Aprendiz, demarcando a idade, a marcha, a bateria, o toque, etc. O Delta Sagrado, o Tetragrama, o Selo de Salomão e as Palavras Sagradas e de Passe, são elementos advindos da Cabala. A Astrologia está representada na abóbada celeste e nas doze colunas zodiacais e, ainda, a Quiromancia é revelada nos toques.

Esta rica simbologia, migrada das mais diversas procedências, é o guia para a mente atenta do Maçom que realizou a iniciação real e interior.

Nos dias atuais, em que o progresso científico se expande em todas as áreas, e os conhecimentos humanos se multiplicam indefinidamente, o racionalismo, baseado na observação metódica, apenas valoriza o que é preciso, fixado e estabelecido como verdade, se expressa como inimigo de todo simbolismo, o qual se limita a sugestões imprecisas e dirigidas ao imaginário. Desta forma, muitos são os que, imbuídos deste sentido científico-positivista, passam por cima do simbolismo permanecendo na Maçonaria sem compreender o seu valor, continuam com suas idéias e objetivos meramente profanos, ou então se retiram da instituição por não encontrar motivação e correspondência às suas aspirações. O CARÁTER ESOTÉRICO DA SIMBOLOGIA MAÇÔNICA

Os povos da Antiguidade ministravam um ensinamento religioso formal e repleto de atividades sagradas às grandes massas. Contudo, paralelamente, ensinavam de forma interiorizada e oculta estes mesmos princípios religiosos, com mais profundidade, aos homens dotados de moral e espiritualidade dignas de recebê-los. E a essa ensinança especial denomina-se esotérica, interior.


A Doutrina Esotérica é essencialmente iniciática, pois é unicamente atingida por aqueles que são iniciados, ou seja, que ingressaram num estado de consciência interior, no qual ela pode ser reconhecida, compreendida e realizada, tornado-se uma Verdade Universal, que é ao mesmo tempo Ciência, Filosofia e Religião.

Esta Doutrina Universal é, ainda, ministrada pela Maçonaria. O esoterismo e o simbolismo, que foram a essência de todas as doutrinas iniciáticas do passado, continuam sustentando, como verdadeiros pilares, todo o conteúdo do ensinamento maçônico. São a receita transmitida pela tradição aos obreiros dos dias atuais.

Oswald Writ comenta: “... as lutas religiosas sempre caracterizaram aqueles períodos durante os quais, pela imensa maioria de seus dirigentes, foi perdida de vista aquela essência interior que constitui o espírito da religião, sendo compreendido unicamente o aspecto profano e exterior. Pois o fanatismo sempre tem sido acompanhado da ignorância.”

CONCLUSÃO

O novo Maçom inicia sua trajetória como aprendiz, e nesta qualidade limita-se a acumular conhecimentos práticos e teóricos, litúrgicos e ritualísticos, simbólicos e filosóficos. Conhecimentos que lhe proporcionarão, quando chegar a Mestre, a cultura indispensável ao bom desempenho de suas atividades.

Desta forma pretende a Maçonaria, através de seu ensinamento baseado na Simbologia e Ritualística, transformar profanos em iniciados, cujos objetivos consistem em empreender esforços para seu próprio aperfeiçoamento, em benefício de seus semelhantes. Pois o desenvolvimento moral e intelectual próprio é a primeira condição para que se possa trabalhar para os outros. Para isto o Aprendiz impõe a si mesmo rigorosa disciplina no sentido de controlar e dirigir seus atos, gestos, e sobretudo, palavras, evitando todo e qualquer tipo de excesso.

Para finalizar, extraí parte do Discurso aos Novos Iniciados, dirigido por Oswal Wirth, e constante do prefácio da Edição de 1931 do seu “Livre de L’Apprenti”.
“Ao iniciar-vos em seus mistérios, a Maçonaria convida-vos a vos tornardes homens de elite, sábios ou pensadores, erguidos acima da massa que não pensa.

Não pensar, é consentir em ser dominado, conduzido, dirigido e tratado demasiadas vezes como besta de carga.

É por suas faculdades intelectuais que o homem distingue-se do bruto. – O pensamento torna-o livre: dá-lhe o império do mundo. – Pensar é reinar.

(...)

A intelectualidade moderna não pode continuar a debater-se entre dois ensinamentos que um e outro excluem o pensamento: entre as igrejas baseadas sobre a fé cega e as escolas que decretam os dogmas das nossas novas crenças científicas.

O pensador não é o homem que sabe muito. Não tem a memória sobrecarregada de lembranças que estorvam. É um espírito livre, que não é necessário catequizar nem doutrinar.

(...)

Repugnam à Maçonaria frases e fórmulas, das quais se apoderam espíritos vulgares para se ataviarem de todos os ouropéis de um falso saber. – Quer obrigar os seus adeptos a pensar e não propõe, em conseqüência, seu ensinamento senão velado sob alegorias e símbolos. Convida a refletir, para que se possa chegar a compreender e a adivinhar.

Esforçai-vos pois, meus IIrm:., para vos mostrardes adivinhos, no sentido mais elevado da palavra. – Não sabereis em Maçonaria senão aquilo que por vós mesmos encontrardes.

(...)”

BIBLIOGRAFIA

ASLAN, Nicola, Comentários ao Ritual de Aprendiz – Vadimecum Iniciático. 3.ed. Londrina: Ed. Maçônica “A TROLHA”, 2006.

PLATÃO, Os Pensadores. Ed. Nova Cultural, 2006.

DESCARTES, René, Discurso do Método. Ed. Martin Claret, 2005.

O MANDATO MAÇÔNICO DE CRENÇA NO TRANSCEDENTE

UMA REFLEXÃO FILOSÓFICA
M:.M:. Antônio Padilha de Carvalho

“Conheça-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o Universo”
Portal do Templo de Apolo – Delfos, antiga Grécia

A Maçonaria, Ordem Universal, é constituída por homens de todas as nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados em Lojas, nas quais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para o aperfeiçoamento da Sociedade Humana. É fundada no Amor Fraternal e na esperança de que,com amor a Deus, à pátria, à família e ao próximo, com tolerância e sabedoria.

A Maçonaria é uma filosofia e uma Fraternidade, onde os homens bons se "encontram no Nível e se separam no Quadrado." Isto une todos maçons através de um laço místico de irmandade sincera e amor mútuo. Fé e trabalho, alma e corpo, coração e mão estão sempre unidas entre os Maçons, por isto, em toda lugar onde trabalha, a Maçonaria levará PAZ E HARMONIA PARA HONRAR O CRIADOR E SERVIR A HUMANIDADE.

Há milênios, a questão da existência de Deus foi levantada dentro do pensamento do homem, e os principais conceitos filosóficos que investigam e procuram respostas sobre esse assunto, são: Deísmo, cuja doutrina considera a razão como a única via capaz de nos assegurar da existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada. O Teísmo sustenta a existência de um Deus como ser absoluto transcendental, pessoal, vivo, que atua no mundo através de sua providência e o mantém.
Para os Católicos Deus é um velho barbudo, zangado, que premia os bons e castiga os pecadores. Para os Evangélicos, Deus é um velho zangado, barbudo que escolhe para o céu os bons e põe fogo nos pecadores. Para os espíritas, Deus é a inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas, eterno e imutável, onipotente, justo e bom. Para os Martinistas Deus esta em todas as coisas e em todos os lugares.

Nós Maçons, dirigimos e invocamos o Senhor dos Mundos ou Soberano Árbitro dos Mundos como o Grande Arquiteto do Universo…o Gênio construtor do Universo.
Na verdade não importa qual o nome que se dá a Deus. Pode ser Krishna, Vishnu, Brahman, Brahma, Rama, OM, Eu Sou, YHVH, Yahveh, Jeová, Javé, El, Elohim, Eloah, Elion, Shaday, Adonay, YOHANAN, El Deot, JEHOSHUA, Mitra, Zaratustra, Zoroastro, Enoch, Melquisedeque, Abba, Allah, Ahman, Mawu, Olorun, Zambi, Guaraci, Tupã, Pan, Tamuz, Adônis, Kýrius, Votan, Zeus, Thor, Plutão, Hades, Júpiter, Áres, Poseidón, Kronos, Deméter, Ceres, Hera, Apolo, Buda, Osiris, Horus, Amon, Akenaton, Hermes, Exu, Mazda, Baal, Moloch entre tantos outros…

Todos esses e os demais são deuses também na maçonaria. Não deveríamos falar que não se fala em religião dentro dos Templos Maçônicos…Que não se discute religião…Devíamos dizer que somos estudantes de todas as religiões…Somos na verdade ecléticos, pois aceitamos todas as religiões em nossos Templos.A idéia ou compreensão de Deus assumiu, ao longo dos séculos, várias concepções, desde as formas pré-clássicas provenientes das tribos da antiguidade até os dogmas das modernas religiões.

Não podemos deixar de citar Lúcifer, o portador da Luz (phósphurus), pois o candidato ao ser iniciado, está a procura da Luz e a recebe no fim do cerimonial.

A Maçonaria invoca a todos os amantes da beleza com suas parábolas, símbolos e dramas majestosos, enviando, para educar o caráter da poesia e do símbolo, a filosofia e a arte.

Com suas doutrinas amplas e tolerantes, recorre aos homens inteligentes, atraindo-os pela intensidade de sua fé e por seu clamor de liberdade de pensamento, com o objetivo de ajuda-los a pensar, através do cristal de esperanças, no significado da vida, no mistério do mundo. Mas o chamamento mais intenso da Maçonaria é mais eloqüente, dirige-se ao coração do homem, do qual emanaram as fontes de vida e do destino.

A Maçonaria é amizade: amizade primeiro com o Grande Mestre, de quem nos falam nossos corações; com o Grande Mestre que se encontra mais perto de nós do que nós mesmos, e cuja inspiração e auxílio constituem o eixo sublime da experiência humana. O aspecto religioso da Maçonaria consiste em estar em harmonia com seus propósitos, em abrir as portas da alma ‘as suas sugestões e em ter a consciência de sua Amizade.

Deus está dentro de nós. Afinal, não foi o próprio Cristo quem asseverou: “Vós também sois Deuses”…

A Maçonaria Universal busca a Verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia, ciências e artes, sob a tríade da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e dentro dos Princípios da Moral, da Razão e da Justiça, o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal.

I - a Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um Princípio Criador, ao qual, em respeito a todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo;

II - a Maçonaria não impõe limites à investigação da verdade e, para garantir essa liberdade, exige de todos a maior tolerância;

III - a Maçonaria é acessível aos homens de todas as raças, classes e crenças, quer religiosas quer políticas, excetuando as que privem o homem da liberdade de consciência, da manifestação do pensamento, restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana e exijam submissão incondicional;

IV - a Maçonaria Simbólica compõe-se de três Graus universalmente reconhecidos e adotados: Aprendiz, Companheiro e Mestre;

V - a Maçonaria adota a Lenda do Terceiro Grau;

VI - a Maçonaria além de combater a ignorância em todas as suas modalidades, constitui-se numa escola, impondo-se o seguinte programa:

a) obedecer às leis democráticas do País;
b) viver segundo os ditames da honra;
c) praticar justiça;
d) amar o próximo;
d) trabalhar pelo progresso do homem;

VII - a Maçonaria proíbe discussão político-partidária e religioso-sectária em seus Templos;

VIII - a Maçonaria adota o Livro da Lei (Bíblia Sagrada), o Esquadro e o Compasso, considerados como suas Três Luzes Emblemáticas, que deverão estar sobre o Altar dos Juramentos.

A par dessa definição e da declaração formal da aceitação dos "Landmarks", codificados por Albert Gallatin Mackey, proclama, também, os seguintes princípios:

I - amar a Deus, a Pátria, a Família e a Humanidade;

II - praticar a beneficência, de modo discreto, sem humilhar;

III - praticar a solidariedade maçônica, nas causas justas, fortalecendo os laços de fraternidade;

IV - defender os direitos e as garantias individuais;

V - considerar o trabalho lícito e digno como dever do homem;

VI - exigir de seus membros boa reputação moral, cívica, social e familiar, pugnando pelo aperfeiçoamento dos costumes;

VII - exigir tolerância para com toda forma de manifestação de consciência, de religião ou de filosofia, cujos objetivos sejam os de conquistar a verdade, a moral, a paz e o bem social;

VIII - lutar pelo princípio da equidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com sua capacidade, obras e méritos;

IX - combater o fanatismo, as paixões, o obscurantismo e os vícios.

A Maçonaria, confirma e complementa a fé religiosa. Os princípios da nossa Ordem são baseados nos mesmos preceitos morais que fundamentam toda fé verdadeira. Todo Maçom deve crer na Existência de um SER SUPREMO (DEUS). Ele deve lutar para viver moralmente em conformidade com os mais altos padrões de caracter individual e conduta social. Consequentemente, todo Maçom aceita e executa os " Regulamentos da Ordem," trabalha toda a sua vida para cumprir os objetivos da Maçonaria, que são; a filantropia para os necessitados e o amor fraterno para todos os membros da raça humana).

A Maçonaria é uma Instituição que se apresenta como Caritativa, não é contra nenhuma religião e reconhece Deus como o Ser Supremo, o Grande Arquiteto do Universo.

A origem da Maçonaria remonta aos povos mais antigos e vem acompanhando, dentro dos rigores da sua tradição secreta e ritualista, cada passo da civilização humana, nela influenciando sobretudo através da presença dos maçons nas mais diversas profissões.

A Maçonaria tem por fim a melhoria moral e material do homem; por princípios, a lei do progresso da Humanidade, as idéias filosóficas de tolerância, fraternidade, igualdade e liberdade, abstração feita da fé religiosa ou política, das nacionalidades e das diferenças sociais.

Os princípios filosóficos da Maçonaria são:

a) Existência de Deus.

b) Imortalidade da alma.

c) Solidariedade humana.”

A Maçonaria visa acelerar o progresso da Humanidade e o estabelecimento da justiça social, sobretudo através da perfeição moral dos maçons.

Todos nós somos sabedores que as instituições maçônicas foram para a sociedade um encaminhamento à felicidade. Numa época em que toda idéia liberal era considerada um crime, os homens necessitavam de uma força que, inteiramente submissa às leis, não fosse menos emancipada por suas crenças, por suas instituições e pela unidade de seu ensino. Nessa época a religião ainda era, não mãe consoladora, mas força despótica que, pela voz de seus ministros, ordenava, feria, fazia tudo curvar-se à sua vontade; era um assunto de pavor para quem quisesse, como livre pensador, agir e dar aos homens sofredores alguma coragem e ao infeliz, algum consolo moral. Unidos pelo coração, pela fortuna e pela caridade, nossos templos foram os únicos altares onde não se havia desconhecido o verdadeiro Deus, onde o homem ainda podia dizer-se homem, onde a criança podia esperar encontrar, mais tarde, um protetor, e o abandonado, amigos.

Cremos na imortalidade da alma, no Divino Arquiteto, buscamos ser benfeitores, devotados, sociáveis, dignos e humildes. Procuramos praticar a igualdade na mais larga escala.

A Maçonaria tem sempre as suas portas abertas para todos os homens livres e de bons costumes e de todas as fés e crenças religiosas, que creiam no Supremo Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma. Através de procedimentos e símbolos o maçom se prepara para receber a graça espiritual. Com uma fundamentação moral interna rígida, a Maçonaria trabalha para que os homens possam melhorar o seu edifício interior, sendo assim, cada Irmão dentro das Oficinas ou Lojas, seja através do seu trabalho ou dos outros Irmãos, Construirá o seu Templo Interior com os melhores princípios éticos e morais, ganhando a humanidade um Mensageiro Realizador da Vontade do Supremo Arquiteto do Universo.

A Fé de um maçom, após Ter percorrido os estreitos caminhos da sua iniciação, que, Infelizmente, em alguns casos poderá levar toda a sua vida, está muito acima do sectarismo estreito e das limitações dos Dogmas. O maçom trabalhará incansavelmente para imitar a perfeição do seu Criador.

A Maçonaria não é um credo ou seita religiosa, o maçom busca a sabedoria contida em todos os Grandes Livros Sagrados reconhecidos pela Fé Universal, da Bíblia ao Alcorão. Crendo que neles encontra e sempre encontrará, os meios para buscar e promover a felicidades neste mundo e aguardar a sua recompensa no próximo. Portanto, a Maçonaria estará sempre com as suas Portas Abertas, para receber todos os Homens Livres e de Bons Costumes, sejam eles, Cristãos, Judeus, Muçulmanos, Budistas, etc, bons homens de todas as religiões, que verdadeiramente aspirem viver segundo a vontade do Criador.

A Maçonaria é uma filosofia e uma Fraternidade, onde os homens bons se "encontram no Nível e se separam no Quadrado." Isto une todos maçons através de um laço místico de irmandade sincera e amor mútuo. Fé e trabalho, alma e corpo, coração e mão estão sempre unidas entre os Maçons, por isto, em toda lugar onde trabalha, a Maçonaria levará PAZ E HARMONIA PARA HONRAR O CRIADOR E SERVIR A HUMANIDADE.

Os objetivos da Maçonaria complementam e não contradizem as crenças religiosas, como alguns dos seus inimigos querem fazer crer.

A Maçonaria é uma fonte e uma poderosa força universal, que promove a melhora espiritual do indivíduo e deste na sociedade.

Bibliografia

BRASILEIRO, Marislei Espíndula – O guardião do Templo – Edição 2001 – Polieditora – Aparecida de Goiania-GO -2001;

D´ALBUQUERQUE, A. Tenório – Sociedades Secretas – As suas organizações, os seus objetivos, os seus mistérior – Gráfica Editora Aurora Ltda -= Rio de Jeneiro-Rj – 1957;

D´ALBUQUERQUE, A. Tenório – A Maçonaria e grandeza do Brasil - Gráfica Editora Aurora Ltda -= Rio de Jeneiro-Rj – 1958;

MEZZABOTTA, Hernesto – O Papa Negro – Editora Espiritualista Ltda – Rio de Janeiro-RJ – 1973;

POTTER, Charles Francis – História das Religiões – Baseada na vida de seus fundadores – Tradução de J. De Sampaio Ferraz, Vlumes I e II – Gráfica e Editora Edigraf Ltda - São Paulo – SP – 1959;

PORTO, A. Campos, A Igreja Católica e a Maçonaria – A decadência do Catolicismo e a sua luta contra a Maçonaria, o Protestantismo e o Judaismo - Editora Espiritualista Ltda – 2ª Edição –Rio de Janeiro-RJ – 1959;